segunda-feira, 3 de julho de 2017

Pedidos de visto de brasileiros para estudar em Portugal aumentam 148%

O Globo

Hoje, 22 universidades portuguesas aceitam o Enem como forma de ingresso


No imprevisível e instável navegar da educação e do mercado de trabalho no Brasil, estudantes têm descoberto, do outro lado do oceano, um porto seguro para continuar sua qualificação. A terra à vista é Portugal. Dados de universidades do país mostram um aumento significativo e recente na busca de brasileiros por graduação e pós-graduação. Só no Consulado Geral de Portugal em São Paulo, por exemplo, o volume de pedidos de visto de estudante nos primeiros cinco meses de 2017 foi 148% maior do que o mesmo período de 2016.  Já as solicitações de vistos de residência para estudos de mais de um ano aumentaram 320%.
No consulado, os números acompanham um crescimento na solicitação de vistos em geral: de 54% em 2016, face ao ano anterior. Neste período, o crescimento para vistos de estudante foi de 60% — e este tipo de autorização corresponde a 69% de todas as solicitações de visto.
As universidades reconhecem que um pontapé importante para este movimento foi uma mudança na legislação portuguesa que permitiu a candidatura de estrangeiros à graduação, e em consequência, uma progressiva incorporação da nota no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para ingresso em seus cursos. A primeira universidade portuguesa a aceitar o Enem no processo seletivo para brasileiros foi a Universidade de Coimbra, em 2014. Hoje, 22 instituições portuguesas permitem o procedimento.
Em Coimbra, o ano letivo de 2016-2017 registrou o maior número de brasileiros em licenciatura, mestrado e doutorado desde 2010: um total de 2.300 estudantes. No ano letivo de 2010-2011, esse número era de 1.176, e em 2015-2016, 2.174. A universidade destacou que o crescimento aconteceu mesmo diante da suspensão de instituições portuguesas do programa Ciência Sem Fronteiras, anunciada em 2013, sob argumento de que os brasileiros deveriam ser estimulados a aprender outros idiomas além do português.