segunda-feira, 17 de julho de 2017

"O Brasil está amadurecendo", por João Amoêdo

Pedro Ladeira - 11.jul.2017/Folhapress
BRASILIA, DF, BRASIL, 11-07-2017, 18h00: Após quase 7 horas de obstrução, o presidente do Senado Eunicio Oliveira (PMDB-CE) conseguiu retomar a presidência e reabrir a sessão. Senadoras da oposição fazem obstrução e tentam impedir a votação da reforma trabalhista no senado federal. Elas sentaram na cadeira do presidente do senado e não deixaram o presidente Eunício Oliveira (PMDB-CE) iniciar a sessão. Houve um impasse entre Eunício e os senadores da oposição e a presidência ordenou o desligamento das luzes do plenário. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER)
Senadores em sessão que, após obstrução, aprovou a reforma trabalhista


Apesar de ainda presenciarmos senadoras em atitude infantil e antidemocrática bloqueando votações; um ex-presidente se colocando como vítima e aproveitando para fazer campanha política após ser condenado; e políticos legislando em causa própria, o fato é inegável: estamos amadurecendo como nação.

reforma trabalhista aprovada nesta semana é um exemplo. A possibilidade de acordos coletivos entre empregados e empregadores terem força de lei; a extinção de uma contribuição obrigatória para sindicatos e a flexibilização de coisas simples e básicas como a redução do intervalo de almoço e a divisão das férias são avanços importantes. Houve um ganho de liberdade para patrões e empregados. E qual o efeito disso? 

Quanto menor a restrição para que duas pessoas possam negociar, maior será a chance de chegarem a um acordo. E neste caso, um acordo representa um emprego. As medidas aprovadas terão impacto direto e imediato na contratação de mão de obra, algo extremamente importante para um País que convive com 14 milhões de desempregados.

Vivemos hoje em uma sociedade onde políticos poderosos estão na cadeia e milionários presos. Isto não quer dizer que todos foram devidamente penalizados, mas é uma realidade inimaginável há alguns anos.

O maior ídolo do país não é mais um artista, esportista ou governante, mas sim um juiz de primeira instância.

Há uma crescente percepção de que a participação e o engajamento político é indelegável e fundamental para a prosperidade da nação.

Assuntos como a privatização de empresas ícones, como a Petrobras, podem ser discutidos e defendidos. A antiga desculpa de que são setores estratégicos e portanto deveriam pertencer ao Estado não é mais aceita facilmente. Ficou evidente que, controladas pelo Governo, são utilizadas para projetos políticos, resultando em uma gestão ineficiente e corrupta, sem qualquer benefício para o cidadão.

A população começa a entender que o Estado, pela forma como atua, é o nosso maior inimigo. Ele consome nossa poupança, nos impõe uma alta carga de impostos e devolve muito pouco em troca. Fica claro que o inchaço da máquina pública visa prioritariamente atender os interesses da classe política e dos burocratas do governo e não do cidadão.

O acesso mais rápido e fácil a informação, através da tecnologia e das mídias sociais, e a realidade dos fatos têm sido fatores determinantes para este avanço.

Os desafios, entretanto, continuam, os grupos que têm seus privilégios reduzidos ou extintos reagem e buscam —com discursos falsos— manter o status quo.

Precisamos estar atentos e vigilantes. A transparência e a narrativa adequada são essenciais para vencermos essa batalha e continuarmos evoluindo.

Enfim, estamos ainda em período difícil e de transição, não poderia ser diferente com o péssimo legado deixado pela administração petista, mas podemos ser otimistas. Sairemos desse processo mais preparados e conscientes para fazermos as escolhas corretas em 2018, colocando o Brasil no rumo do desenvolvimento sustentável.

Fundador do Partido Novo