sábado, 4 de fevereiro de 2023

Ministros do ex-presidiário envolvidos em denúncias e conchavos nas eleições do Senado

 

Cristina Graeml, Reprodução


"A meta de uma discussão ou debate não deveria ser a vitória, mas o progresso". Joseph Joubert.



Lula 2023 é como um pesadelo piorado. 

Um mês sob novo governo e acabou aquela paz de não termos mais notícias de corrupção e prevaricação, crime praticado por funcionários públicos quando fogem do seu dever de ofício, são omissos, ou abusam do poder, provocando prejuízos sociais e econômicos para o país.

Bastou janeiro avançar e já choveu denúncia contra três dos 37 atuais ministros, quantidade que, por si só, configura um atentado contra o orçamento público. E mal fevereiro começou, também o Senado afundou-se em conchavos e abusos de poder, imiscuindo-se com os demais poderes. Ficou claro que sob governo Lula jamais haverá independência, apenas interdependência entre eles.

No vídeo que publico junto com esse artigo relembro alguns fatos deste início de governo Lula 2023. É uma versão piorada e ainda mais sedenta de poder do que aquela da era da rapinagem.

Antes das condenações e da prisão, era só ganância e sanha ditatorial. Agora há rancor e ódio movendo os petistas e seus vários aliados de sempre junto com os de última hora.

Por mais indigesto que seja, acho oportuno fazer um breve diário desse "desgoverno" (para usar um termo que lulistas adoram) e, assim, deixar documentada a falta de ética e moral na vida pública, que vem sendo registrada dia após dia, desde que o país foi jogado nesse abismo, aparentemente sem fim.


Lula 2023, denúncias e conchavos

Em poucas semanas o Brasil já tem três ministros envoltos em denúncias: a do Turismo, Daniela Mote de Souza Carneiro (codinome Daniela do Waguinho), acusada de envolvimento com milicianos da baixada fluminense, foi a primeira. As primeiras denúncias surgiram apenas dois dias após a posse.

Na sequência, logo depois da tragédia de 8 de janeiro e de todo a sanha justiceira do Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, ficamos sabendo que ele próprio teria recebido informações de agentes de inteligência para reforçar a segurança em Brasília naquele fatídico fim de semana e nada fez.

Depois, o ministro das Comunicações, José Juscelino Filho, foi envolvido num vexame daqueles que, em outros países, seria digno de demissão sumária.

Simplesmente veio à tona que no ano passado, quando ainda era deputado federal, ele usou 5 milhões de reais das emendas de relator (orçamento secreto) para asfaltar uma estrada na frente de sua própria fazenda na cidade de Vitorino Freire, no Maranhão. Outras denúncias já inunadam o noticiário e o chefe, Lula, finge-se de morto.

O Maranhão é, aliás, a terra do companheiro Flávio Dino, onde raras estradas são asfaltadas e há carências de absolutamente tudo. A população está entre as mais pobres e pouco instruídas do país. No índice de desenvolvimento humano (IDH) do IBGE, o Maranhão sempre figura como o mais atrasado, rivalizando com o vizinho, Piauí.


Eleições na Câmara e Senado

Não bastassem as gravíssimas denúncias manchando o ministério de Lula 2023, todas jogadas para baixo do tapete, teve o show de horrores no Senado abrindo fevereiro. Foi o prenúncio de que o segundo mês do ano também não irá decepcionar os que ignoram a necessidade de ética na política e batem palmas para tamanha sem-vergonhice.

Durante semanas acompanhamos o Executivo interferindo no Legislativo, fechando acordões de troca de cargos por votos para Arthur Lira seguir como presidente da Câmara dos Deputados e Rodrigo Pacheco, do Senado.

Sabe-se lá o que foi prometido aos dois para, tão rapidamente, terem colocado suas biografias em risco e aceitado o abraço amigo de alguém com condenações e prisão por corrupção e lavagem de dinheiro em seu próprio currículo.

Houve muito mais do que meros "acordos de bastidores". O PT parece ter seguido a linha da confissão de Dilma em 2014 ("fazemos o diabo para vencer as eleições") ou a eterna máxima do guru esquerdista/comunista, José Dirceu ("vamos tomar o Poder, que é diferente de ganhar eleições"). Conseguiu 464 votos para Lira e 49 para Pacheco.


Absurdos ao vivo na TV Senado

O YouTube da TV Senado transmitiu a cerimônia de posse dos novos senadores e a eleição para a presidência do Senado ao vivo. Havia cerca de 90 mil brasileiros acompanhando em tempo real e derramando suas preocupações e angústias na conversa interativa do chat. Ali, Rogério Marinho estava eleito com praticamente 100% dos votos.

Quem assistiu, teve o desprazer de ver a ditadura do Legislativo à solta. O tirano de plantão foi o senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), proibindo os colegas de mostrar o voto, conforme foi feito em eleições passadas para a presidência.

"O voto aberto será anulado", disse o senador, que presidia a sessão. E assim foi, bem ao padrão Cuba, Venezuela, Nicarágua, para citar apenas as mais ferrenhas ditaduras próximas ao Brasil e ao PT de Lula. E assim foi. Taí a razão pela qual muitos traíram seus eleitores e não deram o voto a Rogério Marinho, como haviam prometido.

Teve outras barbaridades flagradas pelas câmeras. Os capangas Renan Calheiros e Randolfe Rodrigues fazendo chacota da vitória anunciada, mais preocupados com quem ganharia o bolão acertando quantos votos Pacheco teria. E os cupinxas fotografando seu próprio voto e enviando por mensagem. Seria para cobrar o pagamento?

Trago alguns ítens dessa macabra lista de absurdos no vídeo, que você pode assistir clicando no play da imagem no topo da página. Para qualquer patriota realmente preocupado com o Brasil e com sua população, é revoltante acompanhar o que está acontecendo.

Peço desculpas, portanto, aos leitores desta coluna, mas por mais intragável que seja, o assunto precisa ficar registrado. Assim, no futuro, ao pesquisarem sobre determinados políticos, os jovens eleitores terão o contraponto à narrativa oficial. Saberão, de fato, como os candidatos a deuses do olimpo tupiniquim tratam o país quando estão no poder.

Lembrem-se: querem nos calar justamente para que avancem em suas práticas antiéticas e em seus propósitos escusos e imorais, deixando a verdade longe dos registros da internet ou das páginas da história. Não vão conseguir, afinal, somos resilientes e estamos comprometidos com o país, a verdade, a ética e a moral. E não há mal que dure para sempre.



Gazeta do Povo