segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023

A serviço do ex-presidiário, Alexandre de Moraes prorroga inquérito das milícias digitais pela sexta vez. Vai chegar à milésima vez?

 Investigação sobre supostas 'milícias digitais' está aberta desde 2021

Inquérito será prorrogado por, pelo menos, mais 90 dias
Inquérito será prorrogado por, pelo menos, mais 90 dias | Foto: Rosinei Coutinho / SCO / STF

O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes prorrogou por mais 90 dias o Inquérito 4874, que investiga a existência de supostas “milícias digitais”. A decisão do magistrado foi tomada nesta segunda-feira, 27. Moraes justificou que há a necessidade de prosseguimento de apurações e diligências que estão em andamento pelo STF.

Aberto em junho de 2021, o Inquérito 4874 foi instaurado a partir de supostos indícios e provas da existência de uma “organização criminosa” que atua de forma digital, em diferentes núcleos, para produção, publicação e financiamento de conteúdos que “atentam contra a democracia” e o Estado de Direito.

A investigação teve início em julho de 2022. No inquérito, são investigados fatos como o recebimento de valores no exterior pelo site Terça Livre, do jornalista Allan dos Santos, além de uma possível lavagem do dinheiro recebido.

O inquérito é criticado por juristas, por ter sido instaurado de ofício, não possuir um objeto de investigação claro, ter se prolongado diversas vezes e, principalmente, por ter a mesma autoridade como autor, investigador, julgador e suposta vítima.

Início do inquérito

Em relatório parcial sobre o andamento do caso, apresentado em fevereiro de 2022 ao STF, a delegada Denisse Ribeiro afirmou que uma milícia digital usa a estrutura de um suposto “gabinete do ódio”, grupo que seria formado por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), para agir contra as “instituições”.

Segundo a PF, as ações do grupo teriam o objetivo de difundir “ataques” e “desinformação”, além de “criar” e “deturpar” dados para obter vantagens e auferir lucros.

“Identifica-se a atuação de uma estrutura que opera especialmente por meio de um autodenominado ‘gabinete do ódio’: um grupo que produz conteúdos e/ou promove postagens em redes sociais, atacando pessoas previamente eleitas pelos integrantes da organização, difundindo-as por múltiplos canais de comunicação, especialmente as redes sociais”, escreveu a delegada.

Revista Oeste