Embarcações são operadas pela Hidrovias do Brasil, empresa do setor privado com capital aberto na B3
O maior comboio de barcaças fluviais do Brasil começou a operar em fevereiro, transportando grãos na Região Norte do país. O gigante dos rios ocupa uma superfície equivalente a quase 26 mil metros quadrados. Ou seja: cerca de três vezes o campo do Estádio do Maracanã, na cidade do Rio de Janeiro.
Com o gigante dos rios, é possível transportar 70 mil toneladas de grãos, de acordo com a empresa. Esse volume corresponde a 1,7 mil caminhões. Com o novo modelo, a empresa conseguiu ganhos de 40% sobre as composições de 25 barcaças operadas pela empresa.
A navegação do comboio é realizada pela Hidrovias do Brasil, empresa privada que tem capital aberto na B3 desde 2020. A primeira viagem ocorreu no Pará, entre as cidades de Itaituba (com saída para o Rio Tapajós) e Barcarena (na Baía de Marajó, próxima à capital, Belém). No trajeto, travessias que cortam, por exemplo, parte do Rio Amazonas.
“Na Hidrovias do Brasil, temos o compromisso de sempre promover entregas inovadoras, eficientes e sustentáveis”, disse Gleize Gealh, vice-presidente de Operações da companhia. “O início das viagens do comboio de 35 barcaças é a prova dos nossos esforços com esses pilares e demonstra a força da companhia em sempre entregar as melhores soluções.”
Em nota dirigida a Oeste, a empresa informou que “sempre acreditou no potencial do Arco Norte como uma eficiente rota logística para o escoamento dos grãos, em especial soja e milho, produzidos na Região Centro Oeste”. No texto, a companhia cita as estimativas para o crescimento da produção agrícola.
“Somente Mato Grasso deverá exportar quase 85 milhões de toneladas até 2030”, informa. “Com base nessas projeções de mercado, é possível estimar um grande potencial de crescimento para os próximos anos.”
A Hidrovias do Brasil e a produção de grãos
Fundada em 2010, a Hidrovias do Brasil se dedica ao transporte hidroviário na América do Sul. Atualmente, a empresa atua em três frentes, além do trecho paraense. O trajeto de Itaituba a Barcarena, que agora conta com o gigante dos rios, serve como uma alternativa para o escoamento de grãos do país, originados principalmente da Região Centro-Oeste. A companhia possui a capacidade de movimentar por volta de 7 milhões de toneladas por ano na região.
Contudo, a empresa também faz o transporte de bauxita, por meio da cabotagem (navegação do país), tem embarcações da Hidrovia Paraguai-Paraná (onde movimenta cargas como fertilizantes, minério de ferro e celulose) e é arrendatária de um terminal no Porto de Santos.
Artur Piva, Revista Oeste
