É uma moeda alternativa, mas com o mesmo valor do dinheiro tradicional
O presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, declarou oficialmente que o projeto piloto do Real Digital vai “começar já” e que deverá ter interação com o Pix, sistema de pagamento digital do BC. As declarações foram feitas durante uma apresentação no BTG Pactual CEO Conference 2023. Porém, Campos Neto não definiu a data de lançamento.
No evento, Campos Neto reforçou que o Real Digital será uma moeda digital emitida pelo banco central (CBDC – Central Bank Digital Currency) para o atacado, ou seja, para empresas e que a população terá contato com a CBDC via depósitos digitais em instituições aprovadas pelo BC. Segundo ele, “bancos começarão a ter mais digitalização nos seus balanços”.
O Real Digital é uma moeda alternativa, mas com o mesmo valor do dinheiro tradicional. A diferença é que não pode ser convertida em cédulas. Esse dinheiro é formado por códigos digitais, unicamente, que indicam seu valor. Também não se trata de uma criptomoeda, que é uma moeda privada, tem característica de investimentos e não é regulada pelo BC.
Campos Neto, que deve terminar seu mandato no Banco Central no fim de 2023, declarou ainda que sua intenção é deixar o cargo tendo cumprido algumas das principais metas do BC, como a integração do Pix com o Real Digital.
Há 10 dias, no programa Roda Viva, na TV Cultura, ele também tinha afirmado que o Real Digital é uma prioridade. “No mundo digital a gente tinha três grandes blocos, gostaria de conectar os blocos, que é o PIX, com Open Finance, com a moeda digital. A gente já tem o piloto da moeda digital, que vai começar a rodar em breve. Eu acho que essas três coisas podem mudar a história da intermediação financeira no Brasil, transformando nosso sistema em uma coisa eficiente e hoje no mundo não tem ninguém tão avançado”, declarou, naquela entrevista.
Embora tenha garantido que o Real Digital não é a morte total do dinheiro físico, destacou que um dos propósitos do CBDC é diminuir a circulação do papel moeda. Segundo o Banco Central, hoje apenas 3% do dinheiro disponível para operação no país são na forma de papel.
Revista Oeste
