“Desci do ônibus e vi a confusão. Todos estavam correndo, assustados. Com medo, corri para me abrigar no quartel. A Polícia Federal tentou invadir o local, o Exército não deixou. Pela manhã, fui presa e acusada de invadir e destruir”
O deputado federal Marcel van Hattem (Novo-SP) disse nesta quinta-feira, 23, que recebeu uma carta de uma manifestante presa na Colmeia, no Distrito Federal. No documento, a mulher detida há mais de 40 dias por causa dos protestos na Praça dos Três Poderes garantiu não ter participado dos atos de vandalismo.
“Cheguei no quartel-general às 20 horas do domingo”, relatou a manifestante. “Desci do ônibus e vi a confusão, pois na estrada não havia sinal de internet. Todos estavam correndo e assustados. Com medo, corri para me abrigar no quartel. A Polícia Federal (PF) tentou invadir o local, mas o Exército não deixou. Pela manhã, fui presa e acusada de invadir e destruir.”
A mulher foi detida em frente ao quartel de Brasília na manhã de 9 de janeiro. Na ocasião, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, ordenou que a PF prendesse em flagrante pouco mais de 1,2 mil pessoas por, supostamente, terem participado dos atos de vandalismo da tarde de domingo.
Todas essas pessoas, entre elas idosos e crianças, foram encaminhadas para a Academia Nacional da PF, onde ficaram presas por alguns dias em condições suspeitas. Aos poucos, os agentes foram liberando as crianças e alguns detidos que comprovaram doenças. Os demais, foram encaminhados para a prisão. Até o momento, cerca de 900 pessoas ainda estão presas.
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