segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

Sócios majoritários da Americanas, Lemann, Telles e Sicupira dizem que não sabiam do rombo bilionário

Também desconheciam que o ex-presidiário é o ladrão mais depravado da história do Brasil...?

Empresa tem rombo de R$ 20 bilhões
Empresa tem rombo de R$ 20 bilhões | Foto: Divulgação/Lojas Americanas

Os bilionários brasileiros Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira se pronunciaram pela primeira vez, na noite do domingo 22, desde que uma hecatombe se abateu sobre a Americanas.

Sócios majoritários da varejista, os três afirmam que jamais tiveram conhecimento e nunca admitiriam “quaisquer manobras ou dissimulações contábeis na companhia”. Segundo o documento, eles estão empenhados “em trabalhar pela recuperação da empresa, com a maior brevidade possível, focados em garantir um futuro promissor”. A carta pública foi divulgada dias depois da entrada de um escritório de gestão de crise tomar conta do caso Americanas.

Fundada em 1929, em Niterói, a Americanas foi comprada em 1982 por Lemann, Telles e Sicupira, quando os três ainda eram parte do Banco Garantia. Atualmente, por meio da holding 3G, os empresários controlam empresas, como a maior cervejaria do mundo, a AB Inbev (dona de marcas, como a americana Budweiser), e a rede de fast food Burger King.

Íntegra da nota pública sobre a Americanas

“Em 11 de janeiro de 2023, por meio de ‘fato relevante’, a Americanas S.A. tornou pública a existência de significativas inconsistências em sua contabilidade. Desde então, sempre com transparência e imediatismo, vários esforços vêm sendo feitos para o correto tratamento dos desafios que hoje se colocam à empresa. Usamos dessa mesma clareza para esclarecer de modo categórico e a bem da verdade que:

1) Jamais tivemos conhecimento e nunca admitiríamos quaisquer manobras ou dissimulações contábeis na companhia. Nossa atuação sempre foi pautada, ao longo de décadas, por rigor ético e legal. Isso foi determinante para a posição que alcançamos em toda uma vida dedicada ao empreendedorismo, gerando empregos, construindo negócios e contribuindo para o desenvolvimento do país.

2) A Americanas é uma empresa centenária e nos últimos 20 anos foi administrada por executivos considerados qualificados e de reputação ilibada.

3) Contávamos com uma das maiores e mais conceituadas empresas de auditoria independente do mundo, a PwC. Ela, por sua vez, fez uso regular de cartas de circularização, utilizadas para confirmar as informações contábeis da Americanas com fontes externas, incluindo os bancos que mantinham operações com a empresa. Nem essas instituições financeiras, nem a PwC jamais denunciaram qualquer irregularidade.

4) Portanto, assim como todos os demais acionistas, credores, clientes e empregados da companhia, acreditávamos firmemente que tudo estava absolutamente correto.

5) O comitê independente da companhia terá todas as condições de apurar os fatos que redundaram nas inconsistências contábeis, bem como de avaliar a eventual quebra de simetria no diálogo entre os auditores e as instituições financeiras.

6) Manifestamos mais uma vez nosso compromisso de integral transparência e de total colaboração em tudo que estiver ao nosso alcance para esclarecer todos os fatos e suas circunstâncias.

7) Lamentamos profundamente as perdas sofridas pelos investidores e credores, lembrando que, como acionistas, fomos alcançados por prejuízos.

8) Reafirmamos o nosso empenho em trabalhar pela recuperação da empresa, com a maior brevidade possível, focados em garantir um futuro promissor para a empresa, seus milhares de empregados, parceiros e investidores e em chegar a um bom entendimento com os credores.”

Leia também: “O rombo de R$ 20 bilhões e o unicórnio brasileiro”, coluna publicada na Edição 147 da Revista Oeste

Com informações de Bruno Meyer, Revista Oeste