Em 60 anos, os agricultores brasileiros conquistaram o mercado mundial desse grão
Atualmente, o Brasil é o maior exportador de soja do planeta, tendo enviado pouco mais de 86 milhões de toneladas do grão para outros países em 2022. Os números são da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). Os dados mostram que os agricultores brasileiros deram um salto no mercado mundial.
Em 60 anos, o Brasil passou de menos de 100 mil toneladas de grãos de soja para o volume atual. A expansão ocorreu à medida que os agricultores nacionais dominaram as técnicas de cultivo. Esse trabalho teve como pilar a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
Em parceria com os agricultores, a Embrapa desenvolveu plantas adaptadas ao cerrado, o que permitiu o plantio no Centro-Oeste. Hoje, a região é a maior produtora do país.
“Os solos dos cerrados são ácidos e pobres de nutrientes”, comenta Rodrigo Justus, consultor jurídico e de meio ambiente da Coordenação de Sustentabilidade da Confederação Nacional da Agricultura. Ele explica que o cultivo nessas áreas não seria possível sem correção dos solos. Para isso, foi preciso desenvolver “um melhor conhecimento, para construir a fertilidade do solo”.
Justus comentou ainda que, no passado, a região não atraía os produtores rurais. “O cerrado não valia nada, porque dava, no máximo, um gado solto, criado de forma extensiva”, lembra. “Hoje, são plantadas ali duas safras por ano. Isso é possível porque, no sistema de agricultura tropical brasileiro, é feito um plantio de soja, que carrega o solo de nitrogênio, absorvido depois no plantio do milho.”
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Artur Piva, Revista Oeste