sexta-feira, 27 de janeiro de 2023

Depois de 8 anos no vermelho, governo Bolsonaro fecha 2022 com superávit

Saldo positivo no último ano de Bolsonaro foi de R$ 54 bilhões, de acordo com o Tesouro Nacional

Paulo Guedes, ex-ministro da Economia | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Paulo Guedes, ex-ministro da Economia | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

As contas do governo federal em 2022, o último do governo de Jair Bolsonaro (PL), fecharam com superávit de R$ 54,1 bilhões, ou R$ 57,9 bilhões, em valores corrigidos. O número superou até mesmo a expectativa do ex-ministro da Economia, Paulo Guedes, que acreditava em superávit de cerca de R$ 36 bilhões.

Esta foi a primeira vez, em oito anos, que as contas do governo fecharam com superávit primário. Entre 2014 e 2021, sempre houve déficit primário, conforme um relatório divulgado nesta sexta-feira, 27, pelo Tesouro Nacional.

  • 2014: -37,2 milhões
  • 2015: -175 milhões
  • 2016: -220,5 milhões
  • 2017: -165,7 milhões
  • 2018: -153,6 milhões
  • 2019: -117,2 milhões
  • 2020: -898,4 milhões
  • 2021: -40,2 milhões
  • 2022: 57,9 milhões

O superávit primário significa que as receitas do governo superaram as despesas, sem considerar o pagamento de juros da dívida pública. Se as despesas são maiores, ocorre déficit primário.

Apesar do resultado positivo no ano passado, a expectativa para este primeiro ano do governo de Luiz Inácio Lula da Silva é de um rombo de R$ 231,5 milhões, de acordo com o Orçamento sancionado no começo deste ano pelo petista. O Ministério da Fazenda tenta encontrar maneiras de aumentar a arrecadação, possivelmente com aumento de impostos, para reduzir o déficit em pelo menos R$ 100 bilhões.

No primeiro ano, o governo de Bolsonaro conseguiu reduzir levemente o déficit de 2018 (último ano de Michel Temer) de R$ 153,6 bilhões para R$ 117,2 bilhões. Entretanto, em 2020 e 2021, as contas públicas foram afetadas pelas despesas extraordinárias relacionadas à pandemia de covid-19.

O superávit primário registrado em 2022 foi influenciado pela arrecadação recorde registrada no ano passado. Em valores corrigidos pela inflação, totalizou R$ 2,2 trilhões, o que representa alta real de 8,18%, na comparação com o ano de 2021 (R$ 2,1 trilhões).

Revista Oeste