Em nenhuma época, em todos os 500 anos de história do Brasil, roubou-se tanto dinheiro público como nos dois governos de Lula
O ex-presidente Lula acaba de revelar para o Brasil e para o resto do mundo um fenômeno extraordinário e até hoje mantido em sigilo para toda a humanidade.
Disse, numa entrevista, que “o PT está cansado de pedir desculpas”.
Coitado do PT.
Deve estar sofrendo em silêncio o seu cansaço, pois, se existe uma coisa realmente indiscutível na política brasileira, é que ninguém neste país ou fora dele, em nenhum momento, jamais ouviu o PT pedir desculpas por absolutamente nada.
Teria a obrigação de fazer isso pelo menos uma vez por ano, no Dia da Confissão Geral dos Pecados — em nenhuma época, em todos os 500 anos de história do Brasil, roubou-se tanto dinheiro público como nos dois governos de Lula.
Nunca fez, nem uma vez que fosse.
Fez o contrário, isso sim: há anos, desde que se descobriu e se provou a roubalheira desesperada de sua passagem pelo governo, enche a paciência de todos com sua choradeira diária, hipócrita e arrogante sobre o que chama de “perseguição”.
Roubou, nunca pediu desculpa por ter roubado, ganhou de presente do STF a anulação dos seus processos penais e ainda reclama. É puro Lula.
Quem diz que o ex-presidente é ladrão não é a imprensa, nem os seus adversários na campanha: é a Justiça brasileira, que o condenou pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, em três instâncias e por nove magistrados diferentes.
Como atravessar uma eleição inteira para a Presidência sem tocar nesse assunto, como Lula exige desde o começo?
É um problema que nem ele, nem ninguém, consegue resolver.
Estão aí as confissões públicas dos corruptos, nos processos de Curitiba.
Está aí a devolução de milhões em dinheiro roubado — alguém, por acaso, devolve dinheiro que não roubou? Está aí a delação do seu principal ministro, Antonio Palocci, até hoje não respondida.
É disso, na verdade, que Lula e o PT estão cansados — de serem chamados de ladrões, e não terem nada para responder.
Da mesma forma como querem esconder o passado, querem também, neste momento, esconder o futuro — acabam de anunciar que não vão revelar aos eleitores o programa de governo que pretendem aplicar caso sejam eleitos.
Isso mesmo: pedem que o cidadão vote em Lula para presidente, mas não querem dizer por que, nem o que vão fazer com o seu voto.
Não querem dizer se vão apoiar o aborto.
Se vão implantar a censura, com seu “controle social dos meios de comunicação”.
Se vão romper o teto legal dos gastos públicos, ressuscitar o imposto sindical ou acabar com a reforma da Previdência. É o desrespeito declarado ao eleitor — o vício mais antigo da indecência política brasileira.
Publicado originalmente O Estado de S. Paulo
Revista Oeste