sexta-feira, 25 de outubro de 2019

Balanço trimestral da Petrobras superou expectativas do mercado. Valor de R$ 404 bilhões, é o maior patamar desde 2007

As ações preferenciais, mais negociadas, da Petrobras atingiram o valor de R$ 29,50 na Bolsa de valores brasileira nesta sexta-feira (25). O patamar é o maior desde junho de 2010.

Logo da Petrobras na entrada da empresa em sua sede na avenida Paulista
Petrobras se aproxima do valor de mercado que tinha em 2007 
Bruno Rocha/Fotoarena/Folhapress
No momento, a companhia tem um valor de mercado de R$ 404 bilhões, maior patamar desde 2007, quando a economia brasileira vivia um dos seus melhores momentos com o boom internacional os preços de matérias-primas. Naquele ano, o PIB (Produto Interno Bruto) foi de 5,7% e a empresa valia R$ 430 bilhões.
A valorização de 4,2%, por volta das 12h40, das ações da petroleira é fruto dos bons resultados apresentados pela companhia em seu balanço do terceiro trimestre deste ano.
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Petrobras fechou o terceiro trimestre de 2019 com lucro de R$ 9,1 bilhões, alta de 36,8% com relação ao mesmo trimestre do ano anterior. O desempenho supera a baixa nos preços internacionais do petróleo e reflete o aumento na produção do pré-sal e a entrada de recursos com a venda de ações da BR Distribuidora.
O lucro veio acima das expectativas do mercado, animando investidores que na véspera temiam o contrário. Nesta sexta, a recomendação das corretoras era de compra para os papéis da companhia.
"Em um trimestre em que preços de petróleo foram em média -9,5% em relação ao período anterior, a empresa demonstrou resiliência, com geração de caixa em patamares saudáveis e redução do endividamento", diz relatório da XP Investimentos.
"A produção de óleo e gás recorde (3 milhões de barris/dia), o ramp-up [aumento da produção antes do aumento da demanda] de novas plataformas de exploração e a melhora na eficiência de alocação de capital contribuíram para o resultado positivo. Outro ponto positivo: o custo de extração no pré-sal atingiu o nível recorde US$ 5 por barril de petróleo, contribuindo para um custo médio total de extração de US$ 10, mitigando os efeitos de um preço de barril de petróleo mais baixo", afirma relatório da Guide Investimentos.
As ações ordinárias, menos negociadas, têm alta de 4%, a R$ 32, maior patamar desde março deste ano.
O bom desempenho da companhia mais negociada da Bolsa levou o Ibovespa a bater os 108 mil pontos pela primeira vez na história por volta das 10h48. No momento, o índice perdeu força e opera a 107.427 pontos, alta de 0,4%. 
O viés positivo levou a cotação do dólar a recuar abaixo dos R$ 4 pela primeira vez desde 15 de agosto. No momento, o dólar recua 1%, cotado a R$ 4. 
Enquanto a Petrobras é a maior alta da Bolsa na sessão, a outra ponta é da Ambev. Com queda nas vendas de cerveja no Brasil no terceiro trimestre, a companhia despenca 8%, a R$ 17,65, menor valor em quatro meses.

Júlia Moura, Folha de São Paulo