O economista Paulo Guedes, anunciado ministro de eventual governo de Jair Bolsonaro(PSL), afirmou que é natural que haja dúvida em relação à agenda das privatizações.
"É natural que haja dúvidas quanto à extensão dessa reforma, até que ponto ela vai e até que ponto ela vem. Eu defendo que ela seja agudizada, que ela seja mais forte porque eu acho que esses recursos são necessários nas áreas sociais", disse ao ser questionado sobre a proposta do candidato do PSL para a privatização da Eletrobras.
"O interessante é que ele [Bolsonaro] sabe o que eu acho, e eu sei o que ele acha sobre isso e nós estamos conversando", afirmou.
Ele disse não ter tratado detalhado com o presidenciável a possibilidade de privatização das geradoras de energia, mas apenas das distribuidoras.
"Na distribuição certamente [haverá privatização], transmissão é muito mais difícil. Na geração há casos que sim, há casos que não", disse, sem dar detalhes.
A visão do economista diverge da de Bolsonaro, que essa semana afirmou que é possível conversar sobre privatização do setor de distribuição de eletricidade, mas não dos de geração.
A declaração do candidato foi feita em entrevista à TV Bandeirantes e provocou queda nas ações da Eletrobras esta semana.
Guedes defendeu a reforma do estado com a privatização de estatais para aumentar orçamento destinado para áreas sociais.
BOLSA FAMÍLIA
Ao deixar uma reunião com dirigentes do PSL, o economista disse ainda que a proposta de criação de 13º salário para beneficiários do Bolsa Família terá impacto inferior a R$ 3 bilhões.
Depois de declarações controversas de seu vice, o general Hamilton Mourão, sobre o 13º salário, Bolsonaro anunciou na quarta-feira (10) que criará o benefício para aqueles que integram o programa de distribuição de renda.
Guedes não detalhou de onde virão os recursos, mas afirmou que isso terá pouco impacto no Orçamento.