sábado, 13 de outubro de 2018

Candidatos a governador acumulam dívida de R$ 15 milhões; Paes e Doria têm 70% do total

O candidato a governador Eduardo Paes durante coletiva de imprensa no Novotel, no Rio Foto: Domingos Peixoto / Agência O Globo
O candidato a governador Eduardo Paes durante coletiva de imprensa no Novotel, no Rio
Foto: Domingos Peixoto / Agência O Globo

Pelo menos 13 candidatos a governador terminaram o primeiro turno da eleição com as contas no vermelho. Levantamento do GLOBO feito nos dez maiores colégios eleitorais revela déficit de R$ 15 milhões, segundo o Tribunal Superior Eleitoral ( TSE ).
Os candidatos que acumulam as maiores dívidas são Eduardo Paes (DEM), no Rio, e João Doria (PSDB), em São Paulo. Paes tem déficit de R$ 4,8 milhões, seguido de Doria, com R$ 3,8 milhões. Juntos, eles respondem por 70% da dívida dos governadores.
O déficit de Paes é mais que o dobro do arrecadado pelo adversário no segundo turno Wilson Witzel (PSC), que recebeu R$ 2,1 milhões, sendo R$ 222 mil do próprio bolso. Witzel deve R$ 21 mil. O ex-prefeito do Rio arrecadou R$ 6,2 milhões — a maioria do fundo partidário—, mas gastou R$ 11,1 milhões. Paes não se manifestou.
Após pressionar a direção do PSDB na terça-feira passada por recursos no segundo turno, Doria injetou R$ 1 milhão do próprio bolso na campanha. Ele vinha resistindo em financiar a campanha e, no primeiro turno, doou R$ 600 mil. O PSDB repassou ao tucano R$ 7,3 milhões até agora.
Doria tem a pior situação contábil entre os seis candidatos a governadores tucanos no segundo turno. A sigla disputa o governo ainda em Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Rondônia e Roraima.
“A campanha trabalha para angariar recursos. Uma vez que não terminou a disputa, a obtenção de fundos segue em andamento”, informou a equipe de Doria.
A campanha do tucano contratou R$ 14,7 milhões em despesas até agora e teve R$ 10,9 milhões de receita.
O déficit nas contas ainda atingiu campanhas de governadores reeleitos, como Camilo Santana (PT-CE) e Paulo Câmara (PSB-PE). O petista deve R$ 3, 2 milhões; Câmara R$ 574 mil.
Camilo enfrentou dificuldade na arrecadação em razão de sua opção por abrir seu palanque para dois presidenciáveis: Ciro Gomes (PDT) e Fernando Haddad (PT). Dos R$ 4,2 milhões de receita, o PT repassou R$ 1 milhão. Do PDT, o governador recebeu R$ 600 mil. Além disso, o presidente do Senado, Eunício Oliveira, que disputou a reeleição, doou R$ 600 mil. A chapa de Camilo lançou só Cid Gomes (PDT) ao Senado. Eunício apostava na segunda vaga, mas perdeu para Eduardo Girão (PROS).
Em Santa Catarina, os dois candidatos no segundo turno têm déficit: Gelson Merísio (PSD), com R$ 841 mil, e Comandante Moisés (PSL), com R$ 277mil. Os demais com dificuldades de fechar as contas são: Jairo Jorge (PDT-RS); Helder Barbalho (MDB-AC); João Arruda (MDB-PR); Julio Lossio (Rede-PE), Paulo Skaf (MDB-SP) e Fernando Carneiro (PSOL-PA).

Rodrigo Capelo e Silvia Amorim, O Globo