O candidato à Presisdência Jair Bolsonaro ( PSL ) saiu de casa na manhã desta segunda-feira para visitar a sede do Batalhão de Operações Especiais ( Bope ) da Polícia Militar, na Zona Sul do Rio. Em discurso para integrantes do batalhão, Bolsonaro agradeceu o apoio, elencou o feito do PSL na eleição legislativa e ressaltou que a classe militar "terá um dos nossos" em Brasília, caso seja eleito.
- Temos a segunda bancada em Brasília, sem televisão, sem fundo partidário, sem nada. Então nós temos que tentar mudar, fazer a coisa certa. Eu acho que isso é possível, afinal de contas não temos outro caminho. Meu muito obrigado a todos vocês, pela confiança por parte de muitos. Podem ter certeza, chegando (à Presidência), teremos um dos nossos lá em Brasília. Caveira! - afirmou o presidenciável, que fechou a fala com o tradicional grito do batalhão.
Em seguida, o militar brincou que, embora batesse continência para o coronel na sede do Bope, "quem vai mandar no Brasil serão os capitães". O candidato ainda posou para fotos ao lado de militares.
O candidato também falou da violência no Rio e comparou com a da Venezuela:
- O que acontece no tocante à criminalidade no Rio não acontece em lugar nenhum do mundo, a não ser em países que estão em processo de decadência total, como a Venezuela - disse Bolsonaro aos policiais.
E voltou a defender o projeto de "excludente de ilicitude", para que militares não sejam julgados, nem mesmo por varas militares, caso provoquem mortes de criminosos e de inocentes.
- Então nós temos que mudar isso aí, e mudar como? Por exemplo, tendo gente ao nosso lado que trabalhe para a segurança visando preservar a vida de vocês. A gente sonha, comandante, com o excludente de ilicitude não apenas pra vocês mas para todo e qualquer cidadão de bem. Isso existe na legislação americana. A gente tá costurando em Brasília, partindo do princípio que a gente vai se eleger, obviamente. Para isso sair e para que vocês tenham paz. Após o cumprimento da missão, vocês têm que ser condecorados e não processados.
O candidato entrou e saiu do quartel do Bope sem conceder entrevistas aos jornalistas que o aguardavam do lado de fora.
Bernardo Mello, O Globo