A campanha do candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL), que tem explorado a crise na Venezuela em sua propaganda no segundo turno contra o PT, traçou uma nova estratégia para desconstruir a imagem do adversário petista Fernando Haddad. O ex-prefeito de São Paulo passará a ser chamado de "novo poste" do ex-presidente Lula e será associado aos governos de Dilma Roussef, que sofreu impeachment em 2016. O fato de não ter sido reeleito na prefeitura de São Paulo também será usado contra Haddad.
Neste fim de semana, começa a ser veiculado em inserções na televisão e divulgado na internet, um vídeo que lembra a crise do governo Dilma Rousseff. A peça explora casos de corrupção e o desemprego nos últimos anos.
— O primeiro poste do Lula teve escândalo de corrupção, deixou um rombo de bilhões nas contas públicas, a maior recessão dos últimos 50 anos e 12 milhões de desempregados — diz o texto.
Em seguida, a propaganda passa a mirar diretamente Haddad, a quem chama de "o pior prefeito do Brasil."
— O segundo descumpriu nove de dez promessas que fez na prefeitura de São Paulo. Foi considerado o pior prefeito do Brasil, não se reelegeu e ainda foi denunciado por improbidade, corrupção e lavagem de dinheiro — diz o trecho do vídeo, que se encerra dizendo que "chegou a hora do Brasil sair da escuridão do PT."
A cúpula do PSL investe toda a ofensiva na campanha deste segundo turno no antipetismo. A estratégia tem sido investir no medo de o Brasil viver crise como na Venezuela, com a exploração da pobreza e da violência, em caso de um novo governo de esquerda.
Jussara Soares, O Globo