quarta-feira, 3 de outubro de 2018

Bolsa dispara pelo segundo dia e dólar cai abaixo de R$ 3,90 após pesquisa Datafolha que mostra Bolsonaro bem na parada

O mercado financeiro tem novo dia de euforia nesta quarta-feira (3), após pesquisa Datafolha confirmar vantagem de Jair Bolsonaro (PSL) na preferência dos eleitores a poucos dias do primeiro turno.
Logo após a abertura do mercado, a Bolsa brasileira subia mais de 4%, acima de 85 mil pontos, no maior patamar desde 16 de maio. Às 12h50, era negociado em alta de 2,88%, a 83.928 pontos.
O dólar cai para a faixa de R$ 3,85. Nesta quarta, o real é a moeda emergente que mais ganha força ante a americana. De uma cesta de 24 divisas emergentes, o dólar perde valor para 10. Às 12h50, era negociado em baixa de 1,55%, a R$ 3,8740.
As ações da Petrobras sobem mais de 5% e ajudam a sustentar o Ibovespa. A companhia voltou a deter nessa semana o maior valor de mercado na bolsa paulista, de cerca de R$ 335 bilhões. Os papéis do Banco do Brasil avançam 8% nesta manhã. Ainda no universo das estatais, os papéis da Eletrobras sobem mais de 10%.
Pesquisa Datafolha mostrou que Bolsonaro tem 32% das intenções de voto, alta de 4 pontos percentuais na comparação com a pesquisa divulgada na sexta-feira passada (28). A disparada ocorreu após semanas de estagnação e em um momento em que o capitão reformado vinha sofrendo com reportagens negativas na imprensa e protestos nas ruas.
Fernando Haddad (PT), por outro lado, estagnou nas intenções de voto e viu sua rejeição disparar.
O levantamento mostrou ainda que os dois candidatos líderes nas pesquisas voltaram a empatar no segundo turno, com vantagem a Bolsonaro (dentro da margem de erro).
Desde terça-feira (2), investidores começam a projetar a possibilidade de que Bolsonaro vença a disputa ainda no primeiro turno, o que também ajuda a impulsionar o mercado. No Datafolha, ele tem 38% dos votos válidos (descontados brancos e nulos). Para vencer no primeiro turno, é preciso 50% dos votos válidos mais um.
Analistas projetam, porém, que a probabilidade disso acontecer ainda é baixa.
O deputado é visto como mais inclinado que Haddad a promover reformas que o mercado financeiro considera necessárias para a retomada da economia. Nas corretoras, analistas também dizem que Bolsonaro deve ter maior apoio no congresso, visto que os partidos do chamado centrão, coligados com Geraldo Alckmin, já estão sinalizando apoio ao candidato do PSL.


Tássia Kastner, Reuters