Após pesquisa, dólar cai mais de 2% e ações de estatais disparam. Papéis da Petrobras têm ganhos superiores a 5%

Cédulas de dólar, a moeda oficial dos Estados Unidos Foto: Jose Luis Gonzalez / Reuters

O dólar comercial opera com queda de 2,51% ante o real na manhã desta terça-feira, negociado a R$ 3,918. Este comportamento da moeda é motivado, principalmente, por fatores internos. Para esta sessão,os investidores reagem à mais recente pesquisa de intenção de voto para a corrida presidencial . Nos números divulgados na noite desta segunda, o candidato Jair Bolsonaro (PSL) avançou e agora tem 31% da preferência do eleitorado, enquanto Fernando Haddad (PT) se manteve nos 21%.

Na Bolsa de Valores, o dia também é de ganhos. O Ibovespa, principal índice do mercado de ações brasileiro, avança 3,29%, aos 81.260 pontos. Bancos e estatais operam com ganhos, contribuindo para a alta.

Na avaliação de Vitor Suzaki, analistas da Lerosa Investimentos, os dados da pesquisa de intenções de voto vieram "melhores do que o esperado" pelos agentes do mercado, o que justifica a forte alta do Ibovespa, em um dia também marcado pela menor aversão ao risco no exterior.

- Internamente, tivemos a pesquisa do Ibope, que veio melhor que o esperado. Os dados fazem com que os papéis do "kit eleições", que incluem estatais e bancos, subam com mais força - avaliou.

Os investidores consideram o candidato do PSL alinhado com as reformas econômicas defendidas pelo mercado, enquanto o candidato do PT não é visto da mesma maneira.

Já o acordo comercial firmado entre Canadá e Estados Unidos também contribui, embora em menor escala, para o alívio no câmbio. Os dois países da América do Norte chegaram a um consenso para renovar o Acordo Norte-americano de Livre Comércio (Nafta, na sigla em inglês). Os dois países e o México vão atualizar o acordo, que data de 1994, e que será rebatizado como Acordo Estados Unidos-México-Canadá.

Bancos e estatais disparam

Nesta terça, as ações negociadas no Ibovespa têm ganhos significativos e volume financeiro está elevado. Pouco antes das 15h, os negócios somavam R$ 10,5 bilhões, acima da média diária das últimas semanas, que está em torno de R$ 9 bilhões por pregão. A projeção é que, até o final dos negócios, se aproxime dos R$ 17 bilhões.

O setor bancário, de maior composição no índice, opera com valorização nesta manhã. As ações ordinárias (ON, com direito a voto) do Banco do Brasil e do Bradesco sobem 8,83% e 5,50%, respectivamente. Os papéis do Itaú Unibanco avançam 3,44%.

As estatais também contribuem para a alta da Bolsa. Os papéis ON da Eletrobras disparam e registram ganhos de 8,89% e os preferenciais (PN, sem direito a voto), 8,55%. As ONs da Petrobras avançam 6,52% e os PNs, 5,71%.

Com a queda do dólar, entretanto, as exportadoras têm perdas. As ações da Suzano e da Fibria caem 4,15% e 1,91%, respectivamente.

Ana Paula Ribeiro, O Globo