Um dos mais próximos amigos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e ex-chefe de gabinete dele na Presidência da República, o engenheiro agrônomo Xico Graziano decidiu deixar o PSDB e apoiar Jair Bolsonaro (PSL) na corrida ao Palácio do Planalto nas eleições 2018.
“Venho tendo divergências com o PSDB desde o fim da eleição de 2014. Fui virando um patinho feio no partido. Achei um erro questionar a eleição daquele ano e depois tirar a Dilma (Rousseff) sem tirar o Temer. Meu voto agora será anti-PT”, disse Graziano ao Estado.
Ex-deputado federal pelo PSDB, Graziano também foi secretário de Meio Ambiente de José Serra no governo paulista. Em 2014, foi um dos coordenadores da área digital da campanha de Aécio Neves.
Ele foi também um dos principais diretores do Instituto Fernando Henrique. “Mantenho a admiração e a amizade com o ex-presidente. Tenho relações pessoais com ele até hoje. Nos vemos toda semana”, disse o agora ex-tucano.
Questionado se não há constrangimento em apoiar um candidato que sugeriu “fuzilar” FHC quando ele era presidente, Graziano minimizou. “Eu estava lá (no governo) quando ele disse isso. Não é o caso de levar ao pé da letra. Conheço o Bolsonaro. Nunca tive nada contra ele do ponto de vista moral”.
O ex-deputado, porém, evita falar sobre como o amigo recebeu a sua decisão e não se arrisca a dizer quem FHC vai apoiar no segundo turno, caso Geraldo Alckmin (PSDB) não chegue lá.
Pedro Venceslau, O Estado de S.Paulo