O número de PPPs (Parcerias Público-Privadas) assinadas em 2016 empatou com o do ano passado, mas o valor total dos contratos caiu 52,6%. Os dados foram levantados pelo Radar PPP.
Os 11 acordos firmados neste ano somaram cerca de R$ 7,34 bilhões. Todos eles são de âmbito municipal.
"Há uma mudança de perfil. Os projetos estão cada vez menores", afirma Guilherme Naves, sócio da consultoria.
A economia instável, o financiamento mais caro e o temor de que governos não consigam honrar pagamentos afastaram os investidores.
"As grandes obras, com altos investimentos, serão cada vez mais raras", diz Naves.
Em 2017, deverão ganhar espaço modelos mais "autossustentáveis", afirma o sócio da KPMG Charles Schramm. "As concessões [em que a remuneração vem de taxas pagas diretamente por usuários] serão o destaque do ano."
As PPPs de setores com tarifas próprias, como iluminação pública e saneamento, também deverão crescer, diz.
A iluminação foi a área mais aquecida em 2016: representou 6 dos 11 contratos assinados e 62% das licitações abertas. Em 2017, estão previstas ao menos 17 novas parcerias do setor, afirma Naves.
Neste ano, o total de editais publicados foi recorde: 37, contra 13 em 2015. A alta, porém, não necessariamente resultará em mais contratos fechados, segundo Schramm.
"O aumento pode estar ligado às eleições municipais. Com a pressa para se deixar um legado, muitos projetos não são 100% discutidos, o que resulta em fragilidades."
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Fora da curva
O ano de 2016 da Óticas Carol foi positivo se comparado ao resto do setor, que terá queda de dois dígitos, diz o diretor-executivo da rede, Ronaldo Pereira.
A receita cresceu 4,5% em relação a 2015, ao se considerar apenas as mesmas lojas, e chegará a R$ 812 milhões.
"O que puxou [os resultados] para baixo foram os óculos de sol, nosso carro-chefe de 2010 a 2015, que nos permitiu crescer dois dígitos nos últimos anos."
A empresa prevê abrir 150 franquias em 2017. Neste ano, foram inauguradas 120.
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Com a vista turva
A retração do setor óptico perdeu força no fim deste ano, segundo a Abióptica (que representa a indústria).
A queda na receita até outubro foi de 22% em relação a 2015, mas a previsão é que essa porcentagem termine 2016 em 17%, afirma Bento Alcoforado, presidente da entidade.
"Em novembro, começaram os primeiros sinais de que paramos de cair, mas uma retomada só deverá acontecer em março."
A Óticas Diniz abriu 80 franquias neste ano, 30 a menos que o planejado inicialmente, e chegou a 970 lojas.
A companhia prevê uma diminuição de 6% no faturamento de 2016, estimado em R$ 800 milhões.
"Cerca de 20% dos franqueados tiveram dificuldades de pagar o 13º salário de funcionários. Foi preciso sacrificar ainda mais as margens de lucro para fazer caixa", diz Arione Diniz, presidente da empresa.
Se, em 2017, a rede conseguir manter os negócios no mesmo nível deste ano, o resultado será considerado positivo, afirma o executivo.
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Hora do café
com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR ITSUMI