VALDO CRUZ
JULIO WIZIACK
GUSTAVO URIBE
Folha de São Paulo
JULIO WIZIACK
GUSTAVO URIBE
Folha de São Paulo
O presidente Michel Temer lançará nesta semana uma ofensiva para fazer avançar suas reformas econômicas, numa tentativa de reverter o desgaste político que sofreu na semana passada e demonstrar a empresários e investidores que tem apoio no Congresso para aprová-las.
O governo conta com uma vitória folgada na votação da proposta que limita o crescimento dos gastos públicos, no Senado. Além disso, planeja anunciar medidas para a indústria do petróleo, regras para a privatização de aeroportos e detalhes de seu projeto de reforma da Previdência, que promete enviar ao Congresso em dezembro.
O presidente quer superar a criseaberta pela saída do ex-ministro da Cultura Marcelo Calero, que acusou Temer e seu governo de pressioná-lo a favorecer interesses pessoais do ex-ministro Geddel Vieira Lima, que deixou a Secretaria de Governo na sexta-feira (25).
No domingo (27), Temer anunciou que irá barrar qualquer medida do Congresso que venha a anistiar políticos que receberam dinheiro de caixa dois, num gesto para agradar os movimentos de rua que criticam a proposta.
Nesta terça (29), o governo quer dar uma demonstração de força na votação da proposta de teto dos gastos no Senado. A meta é obter o apoio de 62 a 65 dos 81 senadores. São necessários 49 votos para aprovar a proposta.
O objetivo de Temer é mostrar que a demissão de Geddel, que era seu articulador político, não afetou sua capacidade de aprovar medidas econômicas no Congresso.
Ainda nesta terça, Temer vai anunciar medidas para destravar investimentos no setor de óleo e gás. Ele vai sancionar o projeto que tira da Petrobras a obrigatoriedade de ser a operadora única dos campos do pré-sal, medida reivindicada pelas petroleiras estrangeiras para aumentar negócios no Brasil.
O governo divulgará também, como pedido pelo setor, a renovação do Repetro, programa especial de tributação para equipamentos destinados à exploração de petróleo. Está previsto ainda o anúncio de uma nova política para a contratação de fornecedores locais pela indústria.
Na quarta (30), serão lançados os editais de privatização dos aeroportos de Porto Alegre, Salvador, Florianópolis e Fortaleza. Os leilões devem ocorrer no próximo ano.
Na quinta (1º), haverá uma reunião com as centrais sindicais no Planalto para discutir a reforma da Previdência. A proposta precisa ser encaminhada ao Congresso até a próxima semana para começar a tramitar ainda neste ano.
O que o governo promete
>> Teto para gastos públicos
>> Projeto de reforma da Previdência Social
>> Novas regras para exploração de petróleo
>> Editais para privatização de quatro aeroportos
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