Economia segue em recessão
Daniela Amorim, Mariana Durão, Vinicius Neder - O Estado de São Paulo
Recuo de julho a setembro foi generalizado na agricultura, indústria e serviços, mostra o IBGE; investimentos voltam a afundar depois de leve reação no trimestre anterior
O Produto Interno Bruto (PIB) recuou 0,8% no terceiro trimestre, acentuando a queda de 0,4% observada no 2º trimestre deste ano, também na comparação trimestral, divulgou nesta quarta-feira, 20, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É o sétimo resultado negativo consecutivo nesta base de comparação.
A queda foi generalizada entre os três setores da economia, com recuos na agropecuária (-1,4%), a indústria (-1,3%) e serviços. O resultado do PIB veio dentro do esperado pelo mercado financeiro. Em meio à persistência do quadro recessivo, o mercado financeiro já projeta que a volta ao crescimento no ano que vem deve ser fraca e a alta do PIB ficar abaixo de 1%.
O investimento, uma medida para estimar o potencial de crescimento futuro da economia, caiu 3,1%, depois de leve reação de 0,5% no trimestre anterior.
O consumo das famílias também continua em baixa e caiu pelo sétimo trimestre seguido (-0,6%).
Setor externo. As exportações contabilizadas no PIB diminuíram 2,8% no terceiro trimestre. Na comparação com o terceiro trimestre de 2015, as exportações mostraram alta de 0,2%.
As importações contabilizadas no PIB, por sua vez, recuaram 3,1% no terceiro trimestre em relação ao segundo trimestre deste ano. Já na comparação com o terceiro trimestre de 2015, as importações caíram 6,8%.
A contabilidade das exportações e importações no PIB é diferente da realizada para a elaboração da balança comercial. No PIB, entram bens e serviços, e as variações porcentuais divulgadas dizem respeito ao volume. Já na balança comercial, entram somente bens, e o registro é feito em valores, com grande influência dos preços.