quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Italiana Enel compra Celg-D por R$ 2,2 bi em 1ª privatização sob Temer

Agência de Notícias do Paraná
18/11/2015- Curitiba- PR, Brasil- A Copel arrematou nesta quarta-feira (18), em São Paulo, um lote de obras no Paraná do leilão de transmissão promovido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Com investimentos previstos pela Aneel de R$ 589 milhões, as obras serão empreendidas pela Copel no Estado - com um trecho em Santa Catarina - e somam 230 km em três linhas de transmissão, além de 900 MVA (megavolt-ampère) de potência em três subestações. "É um investimento significativo para melhorar ainda mais o fornecimento de energia elétrica no Estado", disse o governador Beto Richa. O lote arrematado pela Copel vai sustentar a expansão do sistema de transmissão na região entre os estados do Paraná e Santa Catarina, além de propiciar atendimento do crescimento da carga e para o escoamento da UHE Baixo Iguaçu. Em Curitiba será construída a linha de transmissão Uberaba-Centro, com 8 km, além da subestação Curitiba-Centro. A partir da subestação Curitiba Leste, em São José dos Pinhais, será construída uma linha de transmissão de 142 km até a subestação Blumenau, em Santa Catarina.
Linhas de transmissão no Paraná

Das agências de notícias


A elétrica italiana Enel foi a única a apresentar proposta no leilão de privatização da distribuidora de eletricidade goiana Celg-D, da Eletrobras, e arrematou cerca de 95% das ações da empresa por R$ 2,187 bilhões.

O valor foi 28% maior que o mínimo estabelecido para a licitação realizada nesta quarta-feira (30) na BM&FBovespa, em São Paulo.

Segundo a agência Reuters, o resultado satisfez as autoridades porque a companhia italiana já atua no Brasil, onde possui distribuidoras no Ceará e no Rio de Janeiro.

"Estamos nos deparando com um grupo consagrado, que já conhece as regras e o sistema", comemorou o diretor da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), André Pepitone, em coletiva de imprensa após a licitação.
Essa foi a segunda tentativa de privatizar a Celg-D –em agosto, um primeiro leilão, com preço mínimo de R$ 2,8 bilhões, não atraiu interessados.

O diretor da Enel para o Brasil, Carlo Zorzoli, disse que a companhia pagará pela compra da Celg no final de janeiro, à vista, e que o grupo ainda tem fôlego para novos negócios no país.

"O desenvolvimento do grupo Enel no Brasil não acaba hoje... temos não só crescimento em novas oportunidades, mas também um plano de investimento em nossas concessões focado em qualidade, modernização", disse.

Com a concretização do negócio, a Eletrobras receberá R$ 1,065 bilhão por sua fatia na Celg-D, enquanto o restante do valor a ser pago pela Enel irá para os cofres do governo de Goiás, que era minoritário na empresa.

Segundo o presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Jr., os recursos serão utilizados para pagar dívidas mais caras e curtas da estatal e também para bancar o plano de investimentos da companhia.

ENEL NO BRASIL

Neste mês, a Enel ampliou sua previsão de investimentos para o Brasil enquanto preparava-se para disputar distribuidoras de eletricidade que serão privatizadas pela Eletrobras.

Em seu planejamento estratégico, a empresa prevê investir no Brasil € 3,2 bilhões (R$ 11,3 bilhões) no período entre 2017 e 2019.

"Estamos bem confiantes de que a crise no Brasil vai passar e o país voltará a ser uma grande oportunidade de investimentos", disse o presidente da companhia, Francesco Starace.

Considerando todas as atividades da companhia, o orçamento para os próximos três anos soma € 20,9 bilhões, com grande foco na digitalização das redes de distribuição de energia.

No Brasil, os focos são projetos de energia renovável e melhoria da qualidade dos serviços de distribuição, segmento que receberá € 1,2 bilhão nos próximos três anos.

A Enel controla as distribuidoras Enel Distribuição Rio, que abastece parte do Estado do Rio, e Enel Distribuição Ceará, do Ceará. Ao todo, são cerca de 6,8 milhões de consumidores.

NOVAS PRIVATIZAÇÕES

O presidente da Eletrobras também ressaltou que a estatal pretende vender mais seis distribuidoras de energia elétrica até o final de 2017 e que o resultado do leilão da Celg-D mostra que deve haver apetite por esses ativos.

As distribuidoras que a Eletrobras pretende privatizar em seguida atuam em Acre, Alagoas, Amazonas, Rondônia, Roraima, Piauí.

"Tem muito valor nessas companhias... não tenho dúvida de que há muito valor a ser extraído dessas concessões... elas têm perdas (de energia) muito altas, e isso é uma coisa boa para bons operadores. E também estão em Estados em que, a economia entrando agora em um processo de recuperação, certamente têm potenciais muito grandes de crescimento", disse Ferreira.

O secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Paulo Pedrosa, também disse que as demais distribuidoras da Eletrobras irão brevemente ser oferecidas ao mercado e que o governo prevê sucesso também nesses leilões.

"Até 2017 essas empresas serão vendidas, agora estamos discutindo com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) [a metodologia de venda] para capturar melhor o valor delas. A venda ocorrerá até o final de 2017", disse.