Andréa Freitas - Reuters
Recuo do PIB projetado para este ano é de 3,49%, segundo Focus
A pesquisa semanal feita pelo Banco Central (BC) com analistas do mercado financeiro indica que a economia brasileira deve crescer 0,98% no ano que vem. A projeção para o desempenho da atividade econômica este ano, também piorou: o tombo deve ser de 3,49%.
Foi a oitava vez consecutiva que o relatório Focus revisou para baixo a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2016. Na semana passada, a expectativa era de queda de 3,40%. No levantamento divulgado nesta segunda-feira, a taxa prevista se aproximou de uma queda de 3,50%. Nesta quarta-feira, o IBGE divulgará o resultado do PIB do terceiro trimestre.
Para o ano que vem, a previsão dos analistas também caiu mais uma vez. Foi a sexta queda seguida. Na semana passada, a previsão era de alta de 1%. A projeção agora é de crescimento um pouco abaixo disso, de 0,98%.
Por outro lado, o levantamento divulgado nesta segunda-feira pelo BC melhorou a previsão para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano de 6,80% para 6,72%. Foi a terceira queda seguida da expectativa de inflação para 2016.
Apesar da melhora, se o resultado de 2016 ficar de fato neste patamar, será a segunda vez seguida que a inflação encerrará o ano acima do teto da meta estabelecida pelo governo, que é de 4,5%, podendo variar dois pontos para cima ou para baixo. Em 2015, a inflação ficou em 10,67%.
O IPCA-15 subiu 0,26% em novembro após alta de 0,19% no mês anterior, mas, embora o resultado tenha mostrado aceleração na comparação mensal, a leitura é a mais baixa para novembro desde 2007 e mostrou recuo dos preços de alimentos.
Para 2017, os analistas preveem no Focus divulgado hoje uma taxa de inflação de 4,93%, igual há duas semanas anteriores. O resultado vem se aproximando do centro da meta de inflação de 4,5%, com variação tolerada pelo BC no ano que vem de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Já a projeção da Selic para 2017 ficou pela quarta vez consecutiva em 10,75%. O Top-5 do Focus, formado pelas instituições que mais acertam as previsões, também manteve a expectativa de Selic em 13,75% no final de 2016, mas em 11,25% em 2017.
Já a cotação do dólar frente ao real no fim deste ano foi elevada pela terceira semana seguida, passando de R$ 3,30 para R$ 3,35. Para dezembro de 2017, o câmbio foi mantido em R$ 3,40 pela segunda vez.
Em 2017 a inflação deve atingir 4,93 por cento, sem alteração sobre a expectativa anterior, de acordo com o levantamento.