quarta-feira, 29 de junho de 2016

Planalto acelera aval para nomeações e estuda flexibilizar a Lei das Estatais

Painel - Folha de São Paulo

Libera geral Os escaninhos da Casa Civil, lotados com pedidos de indicações políticas para postos federais, estão sendo esvaziados. Nas últimas 24 horas, quase 140 nomeações foram autorizadas, um esforço do governo para contemplar aliados ávidos por cargos enquanto busca uma solução para a Lei das Estatais. O Planalto se arrependeu da legislação que aprovou no Senado por considerá-la excessivamente restritiva. Auxiliares não descartam a flexibilização das regras no momento da sanção.
Nem vem O que mais incomoda no texto aprovado no Senado é a proibição de dirigentes partidários ocuparem cargos. “É ilógico. Do jeito que está, Michel, que pode ser presidente da República, não poderia ser diretor da Eletrobras”, reclamou um ministro.
Ver para crer Apesar do “liberou geral” nas nomeações para a base, peemedebistas sustentam que nada pingou na cota deles. “A situação está chegando ao limite. Qualquer hora ele toma uma invertida no plenário”, diz um integrante da Câmara.
Leite derramado Funcionários da Secretaria de Governo estão possessos por Temer ter permitido que o Senado modificasse o projeto das estatais. Soubessem disso, não teriam investido tanto para adaptar o texto ao gosto do governo na Câmara.
Almoço fora Eduardo Cunha reuniu nesta terça (28) deputados do “centrão” na sede do PHS para discutir sua situação. O cenário de renúncia foi tratado no encontro, mas ele segue jurando que não abrirá mão do cargo.
Teste O deputado André Moura (PSC-SE), líder do governo na Câmara, consultará líderes partidários sobre a ideia do governo de retirar a urgência dos projetos anticorrupção. Prometerá retomar a prioridade às medidas em breve.
Aí dói Cabo Daciolo (PT do B-RJ) pediu que o STF ataque Waldir Maranhão no ponto mais sensível: o bolso. Quer que a corte multe a Câmara em R$ 10 mil por dia até que indique — à revelia dos líderes — nomes para a comissão de impeachment de Temer.
Maracugina Paulo Bernardo está se comportando bem na cadeia. Um policial reparou que, até agora, o ex-ministro não fez reclamações nem pediu tratamento especial. Ganhou, por isso, o apelido de “lord” entre agentes.
Não siga o mestre O TCU responde nesta quarta uma consulta de Henrique Meirelles (Fazenda) sobre os limites de suas ações para liberar recursos orçamentários. A senha do tribunal deve ser: não faça nada que Dilma fez.
Meu melhor amigo Antonio Bellini Amorim, preso na Operação Boca Livre, ficou apreensivo durante as buscas da PF. Disse estar preocupado com o destino de seu cão. Como sua mulher também foi detida, ele teria de ficar sozinho com seu filho.
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Ministro fitness Os ternos de Ricardo Barros (Saúde) estão visivelmente folgados. Perdeu cinco quilos em dois meses com dieta radical: por três dias tomou só água. “O processo é bíblico”, explica, admitindo que não tem acompanhamento médico.
Xô, gordura trans Barros está decidido a enquadrar os lanches da pasta. Suspendeu um edital e adicionou outro com exigência de alimentos saudáveis. “Você vai num congresso de secretários de Saúde e, no coquetel, só tem fritura e docinho”, reclama.
Zarpou fora Janér Tesch, novo diretor-geral da ABIN (Agência Brasileira de Inteligência), ostentava em seu perfil na rede social Facebook uma foto ao lado da bandeira dos Estados Unidos. A conta, que estava ativa até o último domingo (26), foi deletada.
Não queria mesmo A Abin disse que Tesch apagou o perfil porque ele estava inativo e que a foto foi tirada no encerramento de um curso no Centro Hemisférico de Defesa em Washington.


TIROTEIO
Preocupo-me com a tábula rasa da criminalização geral. A maior parte dos projetos da Lei Rouanet é correta.
DE MARCELO CALERO, ministro da Cultura, defendendo a norma, apesar da operação Boca Livre, que investiga desvios de recursos em projetos culturais.

CONTRAPONTO
A volta dos que não foram
A Comissão de Assuntos Econômicos do Senado discutia o projeto de reajuste para os servidores do Judiciário. A bancada do PSDB criticava a medida, apontando a contradição entre a criação de novas despesas e a necessidade de cortes para o equilíbrio das contas públicas.
O senador Romero Jucá (PMDB-RR), ex-ministro do Planejamento de Michel Temer, pediu a palavra e fez uma defesa contundente do governo interino e da necessidade do aumento salarial.
Ao que se viu o senador Armando Monteiro (PTB-PE), ex-ministro da Indústria de Dilma, comentar:
— Esperávamos o ministro de direito, mas apareceu o ministro de fato…