quinta-feira, 30 de junho de 2016

Dez propriedades de Cristina Kirchner são alvos de busca na Argentina


Cristina Kirchner fala a partidários em frente a um tribunal depois de prestar depoimento sobre venda de dólar futuro no Banco Central - MARCOS BRINDICCI / REUTERS


O Globo


Juiz investiga empresa do ramo imobiliário da família Kirchner


BUENOS AIRES — Dez propriedades de Cristina Kirchner foram alvos de busca na província de Santa Cruz nesta quinta-feira, no marco das investigações contra a ex-presidente da Argentina e seu filho por suposto enriquecimento ilícito e falsificação de documentos públicos.

Com operações policiais realizadas em Gallegos, El Calafate e El Chaltén, o juiz argentino Claudio Bonadio investiga Los Sauces, uma empresa do ramo imobiliário de propriedade da família Kirchner.

Os principais inquilinos são o empresário Lázaro Báez — amigo e sócio da família Kirchner, preso e investigado por suposta lavagem de dinheiro —, e Cristóbal López, outro empresário que multiplicou sua fortuna durante os governos Kirchner.

Los Sauces foi uma das primeiras sociedades constituídas por Néstor Kirchner, Cristina e o filho do casal, o deputado Máximo Kirchner. Fundada em 2006, a empresa tem capital social de US$ 100 mil.

De acordo com a denúncia da deputada e ex-candidata presidencial Margarita Stolbizer, uma das congressistas mais ativas no combate à corrupção, a empresa não se encontra no endereço especificado, tratando-se de "um domicílio fictício".

As famílias Báez e Kirchner aparecem relacionadas através de contratos imobiliários que, de acordo com Margarita, "provam claramente as operações de lavagem de dinheiro, que vinha de obras públicas, ou seja, do Estado".

Na denúncia, a deputada afirma que nos últimos anos o faturamento do Los Sauces incluiu, unicamente, pagamentos das companhias de Báez e López.

Atualmente, a ex-chefe de Estado está sendo investigada em mais de cinco processos em mãos dos tribunais de Buenos Aires, por denúncias de lavagem de dinheiro, não cumprimento dos deveres de funcionário público e participação numa associação ilícita que provocou prejuízo de cerca de R$ 7 bilhões ao Banco Central do país, entre outros delitos.