Luiz Carlos Merten - O Estado de S. Paulo
Um das maiores estrelas de todos os tempos, atriz completaria 88 anos neste domingo
Para o American Film Institute, ela foi a sexta maior estrela de todos os tempos. Para gerações de espectadores, e para a TV Guide Network, numa enquete realizada em 2009, foi a mulher mais sexy do mundo. Nascida em 1º de junho de 1926, Marilyn Monroe faria neste domingo 88 anos. Ao morrer, em 1962, tinha apenas 36 anos. Em 5 de agosto, irão se completar 52 anos sem a musa. Como James Dean, que morreu jovem e cristalizou o mito do eterno rebelde, Marilyn, desaparecendo no auge da beleza, virou ícone. Não a vimos envelhecer, a pele murchar, o sorriso fenecer.A gente pensa em Marilyn e vem sempre o vento do metrô que levanta sua saia e deixa a calcinha à mostra em O Pecado Mora ao Lado, de Billy Wilder. Ou então vem a Sugar de outro filme do grande Wilder, Quanto Mais Quente Melhor. Marilyn tocando banjo naquela orquestra de senhoritas.Marilyn cantando Happy Birthday, Mr. President, para John F. Kennedy, de quem teria sido amante.
Contam-se mais histórias sobre ela do que sobre qualquer outra big star. Marilyn nasceu Norma Jean Mortensen. Posou nua para um calendário, e isso poderia ter sido o fim de sua carreira, na moralista Hollywood dos anos 1940 e 50. Conta-se que, na Fox, ela estava destinada a ser acompanhante de celebridades, e que a cúpula do estúdio teria resistido a catapultá-la para o êxito justamente por isso. Foi o público que começou a exigir Marilyn, e fez dela o mito em que se converteu.
Grandes diretores contribuíram. John Huston e Joseph L. Mankiewicz deram-lhe papeis pequenos, mas importantes, em O Segredo das Joias/The Asphalt Jungle e A Malvada/All About Eve. Conta-se - de novo - que era ninfomaníaca, e Roy Ward Baker, que a dirigiu em Almas Desesperadas/Dont't Bother To Knock, deixou declarado que a personagem desequilibrada era perfeita para ela porque ninguém, em sã consciência, poderia garantir que Marilyn fosse normal. De perto - quem é? Ela talvez tenha sido vítima dessa sexualidade que, se fascinava, também era considerada perigosa e contribuiu para que fosse discriminada.
Marilyn queria obter reconhecimento como atriz. Seu sonho era interpretar Grushenka, de Os Irmãos Karamazov, de Fiodor Dostoievski, mas Richard Brooks, que adaptou o livro, um pouco pressionado pela Metro, preferiu uma atriz 'séria', Maria Schell.
Na sociedade dominada pelos homens, Marilyn foi sempre a 'outra'. Mais histórias - nunca teria engravidado por causa do excesso de abortos. Casou-se algumas vezes. O dramaturgo Arthur Miller representava, para ela, a respeitabilidade, e ele não apenas escreveu o roteiro de Os Desajustados/The Misfits, outro John Huston, como escreveu também uma peça sobre ela, Depois da Queda. Mas ninguém a amou como o esportista Joe Di Maggio, que a vida inteira fez depositar, e às vezes ele próprio o fazia, uma rosa no túmulo de Marilyn.
Ligada aos Kennedy (Robert e John) e a um mafioso, há controvérsia se Marilyn morreu - em 5 de agosto de 1962 - de uma dose acidental de barbitúricos ou se foi assassinada pela CIA ou pela Cosa Nostra. O então presidente teria sido a última pessoa com quem tentou falar, antes de morrer. A teoria da conspiração somente contribuiu para aumentar a aura. Essa mulher foi uma loucura.