O Globo
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, enviou uma petição ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quinta-feira, cobrando pouco de mais de R$ 63 milhões de Marcelo Odebrecht. De acordo com o órgão, a cobrança está vinculada ao acordo de delação premiada, mas não faz parte da multa de R$ 73,3 milhões imposta a Marcelo, que já foi paga.
A PGR informou que o empresário depositou R$ 2,1 milhões em uma conta judicial vinculada ao cumprimento do acordo, mas defende que ele deveria ter pago R$ 65,2 milhões.
Segundo a procuradoria, detalhes sobre o cálculo do valor não serão disponibilizados, porque o caso é sigiloso. A nota divulgada afirma, no entanto, que foram "consideradas informações prestadas pelo próprio colaborador, segundo as quais, entre 2006 e 2015, foram depositados R$ 70,5 milhões em uma conta bancária na Suíça em nome de uma empresa vinculada a ele e à esposa".
De acordo com a PGR, a defesa de Marcelo alegou que ele é dono de 50% da empresa proprietária da conta bancária e que, por isso, o pagamento deveria incidir apenas sobre metade do valor depositado. Esse argumento por contestado por Raquel Dodge, que considera que a cota da esposa dele também deve ser considera.
O texto divulgado pela procuradoria informa ainda que a solicitação "faz parte de um conjunto de medidas saneadoras que têm sido implementadas pela PGR, com o propósito de assegurar o efetivo cumprimento de todos os acordos de colaboração firmados pelo MPF e homologados pelo STF".
Marcelo Odebrecht cumpre prisão domiciliar em São Paulo, desde dezembro, após passar dois anos e meio preso em Curitiba.