A 15ª rodada de petróleo marcou a volta de grandes empresas ao país e a estreia de companhias internacionais em investimentos aqui. Especialistas destacaram a participação da alemã Wintershall, com sete áreas arrematadas, além das americanas Chevron, que voltou a fazer novos investimentos com quatro blocos, e a gigante Exxon Mobil, com oito novos blocos. Faz parte dessa lista ainda a QPI, do Qatar, que também levou quatro campos.
Principal executiva da ExxonMobil Brasil, Carla Lacerda, disse que a companhia está mais confiante no país. A petroleira fez consórcios com diversas empresas, como Petrobras, Statoil, QPI, Queiroz Galvão e Murphy.
— Estamos agora mais confiantes com os investimentos no Brasil, sem dúvida. Temos varias oportunidades pela frente e estamos analisando cada rodada. Queremos ter um portfólio robusto no Brasil — disse ela.
Carla falou que ficou desapontada com a retirada de dois campos na Bacia de Santos, feita na véspera do leilão pelo Tribunal de Contas da União (TCU):
— Ficamos desapontados. Mas entendo que teremos ainda esse ano oportunidades de acessar esses blocos.
Um dos destaques foi a alemã Wintershall. A companhia, que já atuou no Brasil de 2000 a 2005, já estava estudando sua volta desde 2013. A empresa — com produção global de cerca de 500 mil barris por dia em países como Argentina, Alemanha, Noruega, Holanda, Rússia, Líbia e Abu Dhabi — vai investir cerca de US$10 milhões nessa primeira fase de exploração com a atividade de sísmica.
— As expectativas são bastante positivas. Nosso objetivo é o longo prazo. Queremos aumentar nossas atividades em mar. Por isso, estamos de volta. Com o estudo que já fizemos no Brasil nos últimos anos, chegamos aqui bem preparados — disse Gerhard Haase, diretor da companhia no Brasil.
Na opinião de Jorge Camargo, presidente do Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP), o Brasil voltou ao radar internacional das grandes companhias:
— O Brasil terá um aumento de competição e haverá melhoria na qualidade do desenvolvimento das atividades. Isso traz uma perspectiva de aumento de investimentos. Essas companhias diferentes têm estratégias variadas. O sucesso do leilão mostra o acerto político com a mudança regulatória do setor.
O empresário e consultor do setor João Carlos de Luca afirmou que, apesar do susto inicial com a retirada de blocos pelo TCU e as incertezas envolvendo o Repetro no Rio, a rodada mostrou que haverá novos investimentos das companhias internacionais no país, como Wintershall e Chevron.
— Essas empresas estão voltando a investir no Brasil. Conversando com as companhias, há uma sensação de que a indefinição com o Repetro vai ter uma solução positiva. As companhias estão apostando nesse cenário. É um movimento de retomada com maior diversidade.