quinta-feira, 29 de março de 2018

Leilão de petróleo já tem arrecadação de mais de R$ 8 bilhões


Navio-plataforma na Bacia de Santos - Steferson Faria / Agência Petrobras


Bruno Rosa e Ramona Ordoñez, O Globo


A arrecadação parcial do leilão realizado pela Agência Nacional de Petróleo (ANP) nesta quinta-feira já supera R$ 8 bilhões. O resultado foi impulsionado pela Bacia de Campos, que teve nove áreas ofertadas arrematadas, acumulando R$ 7,512 bilhões arrecadados.

Nesta quarta-feira, o Tribunal de Contas da União (TCU) retirou dois blocos do leilão. A medida poderia esvaziar o leilão do ponto de vista da arrecadação, já que os blocos que ficaram de fora tinham um potencial de arrecadação de R$ 3,55 bilhões.

Na Bacia de Campos, todos os blocos tiveram como vencedores consórcios formados por empresas. O ágio médio ficou em 680,42%. Com isso, o leilão já superou a previsão mínima de arrecadação calculada pelo governo, de R$ 4,8 bilhões. O destaque foi o lance feito pelo consórcio montado por Exxon, QPI e Petrobras, que ofereceu bônus de R$ 2,824 bilhões, bem acima do bônus mínimo de R$ 40,7 milhões.

Outro destaque foi o lance feito pelo consórcio Petrobras, Statoil e Exxon que ofereceu R$ 1,5 bilhão por um campo que tinha bônus mínimo de R$ 412,8 milhões. Esse mesmo consórcio ofereceu bônus de R$ 2,128 bilhões por uma outra área que tinha bônus mínimo de R$ 299,182 milhões.

Na Bacia de Campos, também levaram áreas empresas como BP, Shell, Petrogal, Wintershall e Chevron. A área é considerava atrativa por estar na chamada franja do pré-sal.

A 15ª Rodada de petróleo, realizada pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) na manhã desta quinta-feira, no Rio de Janeiro, começou pelas áreas da Bacia de Santos. Com a retirada de dois blocos, foram ofertadas seis áreas. Deste total, três áreas foram arrematadas. A surpresa foi que a Petrobras não fez lances por nenhuma dos futuros campos.

A Exxon, que se associou a QPI, levou duas áreas na Bacia de Santos. O bloco chamado S-M-536 foi arrematado pelas companhias com bônus de R$ 165 milhões, acima do bônus mínimo de R$ 35,7 milhões.

Já o consórcio formado entre Chevron, Repsol e Wintershall levou outro bloco. Ofereceu bônus de R$131,9 milhões, maior que o bônus mínimo de R$ 21,337 milhões.

Assim, a Bacia de Santos gerou arrecadação de R$ 346,430 milhões e um ágio médio de 235,41%. A Shell também fez proposta, mas não levou.

BACIA POTIGUAR

A segunda Bacia a ser licitada foi a de Potiguar, no mar do Rio Grande do Norte. Foram arrematados sete blocos. A alemã Wintershall, a Petrobras e a Shell levaram três áreas cada.

A alemã, que faz sua estreia no Brasil, tem tornado-se uma das surpresas até o momento. 

Em uma dessas áreas, a Wintershall ofereceu bônus de R$ 57,304 milhões, acima do bônus mínimo de R$ 6,842 milhões. Ao todo, a companhia gastou pouco mais de R$ 98 milhões com bônus de assinatura nas três áreas arrematadas.

Em seguida, a Petrobras levou três áreas, sendo duas em parceria com a Shell. Já a Shell, dos três blocos conquistados, levou uma área sozinha.

Assim, foi gerado um bônus mínimo de R$ 485,3 milhões em Potiguar e um ágio médio 424,8%.

BACIAS NORDESTINAS

A Bacia do Ceará teve apenas dois blocos arrematados. A Wintershall levou um bloco sozinha, e o consórcio firmado entre Exxon, Murphy e Queiroz Galvão arrematou outra área. O governo arrecadou cerca de R$12,6 milhões com esses dois campos.

A Bacia de Sergipe-Alagoas teve uma área arrematada por R$3,6 milhões em consórcio firmado por Exxon, Murphy e Queiroz Galvão.

Com isso, o governo já arrecadou cerca de R$8,014 bilhões com as bacias de Santos, Campos, Potiguar, Ceará e Sergipe-Alagoas.