Karla Gamba e Maria Lima, O Globo
O presidente Michel Temer anunciou na manhã desta quinta-feira que o governo federal irá financiar o reequipamento das polícias estaduais. Os investimentos virão por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O anúncio foi feito durante a abertura da reunião entre o presidente e os governadores no Palácio do Planalto.
O investimento será de R$ 42 bilhões, em 5 anos. Destes, R$ 33 bilhões virão do BNDES. O dinheiro para reequipar as polícias, no entanto, não está garantido.
— Não são poucos os casos de governadores que vêm até mim e os ministros e dizem que tem que reaparelhar a segurança pública. O ministro Jungmann (Segurança Pública) falará em seguida, está aqui também o presidente do BNDES, e nós temos um plano, já delineado na noite de ontem, que iremos ajudar a financiar os estados para o reequipamento das polícias estaduais — disse o presidente na abertura da reunião.
Temer pediu aos governadores "motivação para o combate à insegurança pública" nos seus estados e disse que a reunião deveria "levar ao país a ideia de que o Brasil inteiro está trabalhando para a tranquilidade de população":
— O que nós estamos desejando é que haja uma motivação, e tenho absoluta convicção de que os senhores motivarão as respectivas autoridades estaduais, a sociedade civil nos seus estados para o combate à insegurança pública. Com isso eu quero dizer que nós não poderemos nos furtar essa angustiante situação que existe em todos os estados brasileiros e essa motivação, que essa própria reunião deve produzir, levará a ideia de que o Brasil inteiro está trabalhando para a segurança e tranquilidade da população — concluiu Temer.
Representantes de 25 estados, entre governadores, vice-governadores e um secretário, participaram da reunião. Somente os estados de Alagoas e Paraná não enviaram representantes. O encontro deixou parte dos presentes frustrados.
— Isso é nada diante dos graves problemas que enfrentamos. Nosso grande problema é custeio. Esse dinheiro dá para alguma coisa? Dá. Mas outro grande problema é a burocracia do BNDES para essa liberação. Eu esperava muito mais — lamentou um dos governadores presentes à reunião.
A maior cobrança foi pela criação de um sistema unificado de segurança, para que União e estados dividam as responsabilidades e recursos para estancar a crise nacional de segurança.
A maior cobrança foi pela criação de um sistema unificado de segurança, para que União e estados dividam as responsabilidades e recursos para estancar a crise nacional de segurança.
Participaram do encontro os governadores: Luiz Fernando Pezão, Rio de Janeiro; Simão Jatene, Pará; Paulo Câmara, Pernambuco; Geraldo Alckmin, São Paulo; Marconi Perillo, Goiás; Pedro Taques, Mato Grosso; Camilo Santana, Ceará; Paulo Hartung, Espírito Santo; Wellington Dias, Piauí; Robinson Faria, Rio Grande do Norte; Amazonino Mendes, Amazonas; Tião Viana, Acre; Rodrigo Rollemberg, Distrito Federal; Marcelo Miranda, Tocantins; Waldez Goes, Amapá e Suely Campos, Roraima. Os vice-governadores: João Leão, vice-governador da Bahia; Carlos Brandão, vice-governador do Maranhão; José Paulo Cairoli, vice-governador do Rio Grande do Sul; Ana Lígia Costa Feliciano, vice-governadora da Paraíba; Belivaldo Chagas Silva, vice-governador de Sergipe; Rose Modesto, vice-governadora do Mato Grosso do Sul e Daniel Pereira, vice-governador de Rondônia. Também compareceram o governador em exercício de Santa Catarina, Eduardo Pinho Moreira e o secretário de Segurança Pública de Minas Gerais, Sérgio Menezes.
Entre os chefes de poder e ministros, participam o presidente do Senado, Eunício Oliveira, da Câmara, Rodrigo Maia, do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia, os ministros da Casa Civil, Eliseu Padilha, da Justiça, Torquato Jardim, da Segurança Pública, Raul Jungmann, Segurança Pública, da Fazenda, Henrique Meirelles; do Planejamento, Dyogo Oliveira; da Secretaria-Geral, Moreira Franco; Secretaria de Governo, Carlos Marun; do Gabinete de Segurança Institucional, Sérgio Etchegoyen; e os ministros interinos da Defesa, Joaquim Silva e Luna e dos Direitos Humanos, Gustavo Rocha. Os parlamentares:
senador Ataídes Oliveira e os deputados André Moura, líder do governo no Congresso, Aguinaldo Ribeiro, líder do governo na Câmara e Lelo Coimbra, líder da maioria na Câmara.
Também compareceram o interventor do Rio de Janeiro, General Walter Souza Braga Netto e o presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro.