O dólar comercial fechou esta terça-feira (30), a última sessão de 2014, com queda de 1,79%, negociado a R$ 2,659 na venda. Apesar do recuo no dia, a moeda subiu 12,78% ao longo do ano. É o quarto ano seguido de alta.
Em dezembro de 2010, ano em que a presidente Dilma Rousseff (PT) foi eleita pela primeira vez, a moeda valia R$ 1,666. Para os R$ 2,659 de agora, a diferença é de 59,54%.
O dólar subiu em todos os quatro anos do primeiro mandato de Dilma: em 2011, o dólar avançou 12,15%; em 2012, nova alta, de 9,61%; no ano passado, a moeda avançou 15,11%.
O fechamento de 2014 ficou próximo da expectativa de mais de 100 instituições financeiras, consultados pelo Banco Central para o Boletim Focus, que esperavam que a moeda fechasse o ano em R$ 2,65.
Ao longo de dezembro, o dólar acumulou alta de 3,39%; no último trimestre do ano, a alta foi de 8,61%.
Incertezas internas
No Brasil, o ano foi de preocupações e incertezas, agravadas pelo cenário eleitoral e pela indefinição no panorama político, que tem deixado os investidores inseguros.
Durante a disputa eleitoral, Aécio Neves (PSDB) era o candidato preferido do mercado, por defender uma política econômica mais tradicional. Quando ele aparecia bem nas pesquisas de intenção de votos, a tendência do dólar era de queda; quando perdia espaço, o dólar subia.
Após as eleições, que culminaram com a reeleição de Dilma Rousseff (PT), o foco dos investidores se voltou para a nova equipe econômica do governo, anunciada no fim de novembro, e, mais recentemente, para as medidas que a nova equipe deve adotar no segundo mandato.
A principal incerteza tem relação com a continuidade do programa de atuações do BC, que oferece diariamente contratos equivalentes à venda de dólares no mercado futuro.
Depois do fechamento dos mercados, por volta das 19h, o BC anunciou que vaimanter os leilões pelo menos até 31 de março do ano que vem, mas cortando a oferta diária pela metade.
Cenário internacional
No cenário internacional, o dólar oscilou ao longo do ano ao sabor das expectativas dos investidores em relação aos juros nos Estados Unidos. Desde a crise financeira de 2008, a maior economia do mundo vem mantendo seus juros próximos de zero.
Isso é bom para incentivar a economia, mas acaba afastando os investidores, já que os títulos do país rendem pouco. Se os EUA começarem a subir os juros, no entanto, muitos recursos hoje alocados em países emergentes (que oferecem retornos mais altos) podem migrar para lá.
Portanto, todas as vezes que os investidores entendiam que o BC dos EUA estava sinalizando a proximidade da alta dos juros, a cotação do dólar tendia a subir em relação a várias outras moedas do mundo, inclusive o real.
Atuação no mercado de câmbio
O Banco Central manteve seu programa de intervenções, com as regras anunciadas em junho. O programa oferece contratos de swap cambial, que equivalem à venda de dólares no mercado futuro.
Foram vendidos 4.000 novos contratos de swap: 550 com vencimento em 1º de setembro de 2015 e os outros 3.500 para 1º de dezembro do próximo ano.
(Com Reuters)