Ao montar seu novo ministério, a presidente Dilma tirou Aldo Rebelo do Esporte e o levou, com cartilha e tudo, para o de Ciência e Tecnologia. E, para o lugar de Rebelo, escalou o deputado mineiro, radialista, pastor evangélico, teólogo e animador de auditórios George Hilton. Houve quem se "estarrecesse" com isso.
Outros viram um lado positivo: como Dilma só o escolheu para açucarar seu partido e garantir que este lhe dará vida mansa no Congresso, ele não deverá ficar muito tempo no cargo. Um ano, talvez.
Ah, bom. Mas, em um ano, o pastor Hilton terá se habilitado para comandar a versão mais ambiciosa dos Jogos Olímpicos desde Aquiles? Durante 16 dias em 2016, o Rio receberá 10.500 atletas de 205 países, que disputarão 302 eventos em 39 modalidades. Só a Vila Olímpica comportará 17.500 hóspedes; 22 mil jornalistas credenciados se espalharão pela cidade; e 70 mil bravos voluntários tentarão fazer com que ninguém tome o bonde errado.
Não sei se a garantia de que, no fim, tudo dará certo caberá ao COI (Comitê Olímpico Internacional), ao COB (Comitê Olímpico Brasileiro), à Prefeitura do Rio, ao Ministério do Esporte ou se um pouco a cada um ou apenas aos três primeiros. Porque, desde que se decidiu, há anos, que os Jogos seriam aqui, o dito ministério não conseguiu sequer criar um clima olímpico no país, para estimular a prática de certas modalidades e o surgimento de atletas de alto nível.
Dizem que, mesmo em futebol, o pastor Hilton mal sabe quem é a bola. Suas especialidades são levantamento de peso (foi apanhado num aeroporto com R$ 600 mil em dinheiro dentro de caixas) e corrida com barreiras (tem 14 processos judiciais nas costas em Minas Gerais, envolvendo cobranças, disputas e calotes).
Sua teologia deve ser a da libertação –quase todos esses processos foram arquivados.