O Globo
Segundo nota, auditoria identificou sinais de que o esquema teria atingido também os fundos de pensão da estatal
A Petrobras irá apurar internamente irregularidades na Petros, o fundo de pensão da estatal, para averiguar se a instituição também foi atingida pelo esquema de corrupção na empresa. Segundo nota divulgada nesta segunda-feira, os escritórios contratados para fazer auditoria na petroleira ( Trench, Rossi e Watanabe Advogados e Gibson; e o Dunn & Crutcher LLP) já identificaram sinais de que a Petros também foi alvo de desvios.
Em novembro, O GLOBO revelou que funcionários denunciaram à Polícia Federal, ao Ministério Público e à Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) o aparelhamento políticos dos fundos de pensão, que foram apelidados pelos servidores de “Clube do Amém”. As denúncias seriam de má gestão dos R$ 450 bilhões administrados pelas instituições de previdência complementar.
Segundo a reportagem, em outubro, Carlos Alberto Pereira Costa, um dos principais auxiliares de Youssef, afirmou durante um depoimento que o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, envolvido no esquema de corrupção na Petrobras, chegou a frequentar uma empresa em São Paulo para tratar de fundos de pensão.
Além disso, a Polícia Federal encontrou e-mails de pessoas relacionadas à Youssef com menção a aplicações de R$73 milhões da Petros e Postalis (fundo de pensão dos Correios) na empresa Trendback, o que gerou prejuízo às fundações. O investimento teria sido feito também sob influência de Vaccari.
Devido às denúncias de irregularidades, funcionários chegaram a criar chapas de oposição às diretorias dos fundos. A intenção seria ocupar cadeiras nos conselhos das instituições para aumentar a fiscalização sobre a diretoria e evitar novos prejuízos. A tentativa de disputar a diretoria começou com os servidores do Banco do Brasil, da Petrobras e da Caixa Econômica Federal que ocuparam postos, respectivamente, na Previ, na Petros e na Funcef.