domingo, 28 de dezembro de 2014

Brasileiro aplica o triplo em imóveis no exterior

Eduardo Cucolo - Folha de São Paulo


Os investimentos de brasileiros em imóveis no exterior praticamente triplicaram entre 2008 e 2013.

No final do ano passado, havia US$ 5,4 bilhões em propriedades no exterior, de acordo com o Censo de Capitais Brasileiros no Exterior do Banco Central. Cinco anos antes, esse valor era de US$ 1,9 bilhão. No fim desses dois períodos, a cotação do dólar era praticamente a mesma (R$ 2,34), o que não altera o cálculo com a conversão.

Os EUA concentraram 31% do valor investido em 2013. No fim de 2008, eram 26% . A França se manteve como o segundo país na preferência dos brasileiros (13% em 2013).

Portugal se tornou o terceiro mercado para o Brasil (7%). Esse posto em 2008 era do Japão, que caiu para a sétima posição, ultrapassado ainda por Reino Unido, Espanha e Itália, segundo o BC.

Editoria de Arte/Folhapress
Desde 2008, muitos brasileiros que moravam no país asiático retornaram ao Brasil, na política daquele país de reduzir o número de imigrantes.

Na América do Sul, o Uruguai se tornou o principal mercado para brasileiros, deixando para trás a Argentina.

Rodrigo Karpat, especialista em Direito Imobiliário, diz que a crise argentina reduziu a procura de brasileiros por imóveis no país vizinho.

No caso do Uruguai, ele cita o interesse, normalmente de pessoas com mais recursos, por imóveis no balneário de Punta Del Leste.

Já Michel de Amorim, sócio da Drummond, empresa de assessoria a brasileiros em transações internacionais, diz que o mercado americano continua como boa opção de investimento, apesar do câmbio e da recuperação daquele mercado.

"Com a alta do dólar, a procura caiu. Mas comparando com grandes centros do Brasil, você ainda consegue achar diversos imóveis com preços vantajosos", afirma.

"Talvez não sejam as mesmas oportunidades, mas, com o dólar se estabilizando, essa procura vai continuar."

VANTAGENS

Uma das vantagens dos EUA, segundo Amorim, é a possibilidade de financiar a aquisição por meio de bancos que atuam nos dois países.

Segundo Amorim, cerca de 30% da demanda por imóveis nos EUA está concentrada em Miami Beach. Também é grande a procura em Orlando e Fort Lauderdale, ambos no sul da Flórida.

Com US$ 300 mil (cerca de R$ 800 mil com um câmbio de R$ 2,65), por exemplo, ainda é possível comprar apartamentos de três ou quatro dormitórios na região.

Em relação à Europa, um dos fatores que levaram ao aumento da demanda foi a queda nos preços pela crise. Somou-se a isso a oferta de crédito para a aquisição e de visto de residência para pessoas dispostas a investir.

"Nossa maior procura hoje é Portugal. Na Itália, estamos começando o trabalho com algumas empresas, pois também é um alvo de interesse de brasileiros", diz Rodrigo Bellini, sócio-diretor da Century 21 Max Imóveis.

"Os imóveis em Portugal possuem muita qualidade de acabamento, tecnologia e estrutura. Muitos proprietários compram para investimento, alugam na temporada. Uma excelente opção de investimento, comparando com o valor de imóveis no Brasil."