terça-feira, 24 de janeiro de 2023

Safra tenta impedir recuperação judicial da Americanas - Banco é credor da varejista com mais de R$ 2 bilhões

'Sob qualquer ótica que a questão venha a ser estudada, certamente existirá a constatação da prática de ilícitos'

O Safra pede também a imediata suspensão da ordem de devolução de R$ 95 milhões em recursos da Americanas
O Safra pede também a imediata suspensão da ordem de devolução de R$ 95 milhões em recursos da Americanas | Foto: Divulgação

O banco Safra, credor da Americanas com mais de R$ 2 bilhões a receber, tenta suspender a tramitação do processo de recuperação judicial da varejista.

Em recurso apresentado à Justiça, a instituição financeira argumentou que seria necessária uma perícia para determinar as reais condições da Americanas. O Safra alegou ainda que não foi cumprido um dos requisitos objetivos para o ajuizamento da recuperação: a apresentação dos três últimos balanços da varejista.

“Ora, existe confissão de irregularidade contábil bilionária nos balanços das agravadas, que não encontra qualquer precedente semelhante no país. Sob qualquer ótica que a questão venha a ser estudada, certamente existirá a constatação da prática de ilícitos, em relação aos quais somente ainda não se sabe se praticados com dolo ou culpa, e quais são os responsáveis”, argumentaram os advogados do banco.

O Safra pede também a imediata suspensão da ordem de devolução de R$ 95 milhões em recursos da Americanas que foram retidos pelo banco ou, ao menos, a ampliação do prazo para 24 horas.

Na decisão em que aceitou o pedido de recuperação judicial do grupo, em 19 de janeiro, o juiz Paulo Assed Estefan, da 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, deu prazo de seis horas para os bancos Votorantim, Safra, Bradesco e Itaú restituírem valores da Americanas compensados a título de liquidação antecipada de dívidas.

Na segunda-feira 23, o Safra ajuizou uma reclamação, com pedido de liminar, requerendo novamente a imediata suspensão da ordem de devolução de R$ 95 milhões pertencentes à Americanas. O agravo de instrumento está sob a relatoria da desembargadora Leila Santos Lopes, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.

Revista Oeste