quinta-feira, 19 de setembro de 2019

PF faz buscas no gabinete de Fernando Bezerra Coelho, ex-ministro de Dilma, e líder dos governos Temer e Bolsonaro

Policiais isolam corredor do Senado que dá acesso ao gabinete
de Fernando Bezerra. Foto: Patrik Camporez / Estadão

Polícia Federal realiza na manhã desta quinta-feira, 19, em Brasília, buscas no gabinete do líder do governo no Senado, senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE). O apartamento do senador e no gabinete do deputado Fernando Filho (DEM-PE), filho de Bezerra, também são alvos de buscas, além de endereços em Pernambuco ligados aos dois. A operação foi autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e é um desdobramento da Operação Turbulência. O inquérito está sob sigilo.
Os parlamentares são alvo de investigação por suposta ligação com irregularidades em obras da transposição do Rio São Francisco. A informação foi divulgada pela GloboNews e confirmada pela reportagem do Estadão.
Fernando Bezerra Coelho. Foto: Moreira Mariz/Agência Senado

Bezerra foi ministro da Integração do governo Dilma Rousseff, quando ainda estava no PSB, e foi líder de Michel Temer no Senado no ano passado. Em Pernambuco, seu reduto eleitoral, foi secretário no governo de Eduardo Campos, morto em 2014.
Ao todo, o senador é alvo de cinco inquéritos, dois deles por supostos crimes contra a lei de licitações quando era prefeito de Petrolina, dois do período em que era secretário estadual e um da época em que foi ministro.
COM A PALAVRA, O ADVOGADO ANDRÉ CALLEGARI, QUE DEFENDE FERNANDO BEZERRA E O DEPUTADO FERNANDO COELHO FILHO
“Causa estranheza à defesa que medidas cautelares sejam decretadas em razão de fatos pretéritos que não guardam qualquer razão de contemporaneidade com o objeto da investigação. A única justificativa do pedido seria em razão da atuação política e combativa do senador contra determinados interesses dos órgãos de persecução penal. A defesa ainda não teve acesso ao pedido e à decisão do ministro que autorizou as medidas, mas pode afirmar que as medidas são desnecessárias e extemporâneas”.

Patrik Camporez e Breno Pires, O Estado de São Paulo