NOVA YORK | THE WALL STREET JOURNAL
Os aplicativos para celulares da Appleaparecem habitualmente em primeiro lugar nos resultados de pesquisas na App Store, à frente dos concorrentes, uma vantagem poderosa que dribla algumas das regras da empresa nessas classificações, segundo uma análise do Wall Street Journal.
Os aplicativos da empresa ficaram em primeiro lugar em mais de 60% das pesquisas básicas, como para "mapas", mostrou a análise. Os appsda Apple que geram receita por meio de assinaturas ou vendas, como Música ou Livros, aparecem em primeiro lugar em 95% das pesquisas relacionadas a esses aplicativos.
Essa predominância dá à empresa uma vantagem em um mercado que gera US$ 50 bilhões em gastos anuais. A receita de serviços vinculada ao desempenho de aplicativos está no centro da estratégia da Apple para diversificar seus lucros com o declínio das vendas do iPhone.
A Apple informa aos desenvolvedores que downloads, avaliações de e notas são fatores que influenciam os resultados das pesquisas. No entanto, mais de duas dúzias de aplicativos vêm pré-instalados emiPhones e são protegidos contra avaliações e notas.
A empresa realizou seus próprios testes neste mês em resposta às perguntas do Journal, e algumas pesquisas geraram diferentes resultados em que seus aplicativos não apareciam em primeiro lugar, disse um porta-voz. A Apple usa um algoritmo que conta com aprendizado de máquina e as preferências anteriores do consumidor, e as classificações dos aplicativos flutuam.
As empresas de tecnologia há muito tempo enfrentam escrutínio regulatório sobre como usam suas plataformas de software para promover seus outros produtos ou expandir o alcance de novos negócios. Por essa razão, a Microsoft e a Google, da Alphabet, foram penalizadas por reguladores.
"Quando você se torna grande e difundido, a promoção do interesse próprio entra em conflito com as leis antitruste", disse David Yoffie, professor de administração na Universidade Harvard e coautor do livro "The Business of Platforms" [O negócio das plataformas].
Reclamações de empresas rivais sobre autopromoção estão ajudando a alimentar uma reação contra as gigantes tecnológicas. No dia 16, a Apple e outras três pesos-pesadas da tecnologia foram questionadas por membros da Comissão de Justiça da Câmara durante uma audiência sobre o poder das plataformas online.
Um dia depois, os reguladores da União Europeia anunciaram uma investigação antitruste na Amazon.
Desafios legais estão se acumulando na App Store. Em maio, a Suprema Corte dos EUA decidiu contra a tentativa da Apple de suspender uma ação que afirmava que os consumidores são forçados a comprar aplicativos exclusivamente da empresa.
Desafios legais estão se acumulando na App Store. Em maio, a Suprema Corte dos EUA decidiu contra a tentativa da Apple de suspender uma ação que afirmava que os consumidores são forçados a comprar aplicativos exclusivamente da empresa.
Em março, a Spotify entrou com uma queixa antitruste na Europa contra a Apple, alegando que a Apple dificultou a venda de serviços de assinaturas rivais, o que a empresa sueca nega.
A Apple diz que usa 42 fatores para determinar onde os aplicativos se classificam na pesquisa, mas mantém a fórmula sigilosa para manter um campo de ação nivelado para os desenvolvedores e evitar a manipulação dos resultados.
Tradução de Luiz Roberto Mendes Gonçalves
The Wall Street Journal