segunda-feira, 22 de julho de 2019

Em ligação a caminhoneiro, ministro diz que tabela fica suspensa até que haja consenso

O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas , ligou para líderes dos caminhoneiros para informar a respeito da revogação da tabela de fretes.
Um áudio compartilhado pela categoria em grupos de WhatsApp localizado pela reportagem mostra o ministro em uma ligação ao líder caminhoneiro identificado como Marconi. O telefonema, em viva-voz, é acompanhado por grupo de caminhoneiros.
"Então é o seguinte. Nós estamos revogando a tabela do dia 18. Nossa ideia é publicar no Diário Oficial hoje ainda em edição extra.  Se não publicar, no mais tardar amanhã cedo, mas vou trabalhar pela publicação hoje ainda, porque quero enviar a publicação para vocês."
A assessoria do ministro confirmou a autenticidade da gravação.
No telefonema, Freitas diz que, com a suspensão da tabela atual, volta a vigorar a tabela de fretes praticada desde janeiro deste ano. Ela só será modificada quando for estabelecido consenso entre o governo e a categoria, diz Freitas, que na gravação promete tratar do assunto pessoalmente.

"Vou acompanhar agora mais de perto essa tratativa, essa negociação para não ter mais problema agora. Estamos muito interessados, muito imbuídos em resolver o problema", afirma o ministro.
A fala do ministro é comemorada pelo grupo. Em seguida, Marconi promete que irá compartilhar a notícia e que irá liberar os demais, em referência a uma interrupção da paralisação desta segunda-feira (22).
 
A tabela que gerou insatisfação nos caminhoneiros foi publicada na última quinta-feira (18), baseada em estudos da Esalq-Log, da USP.
A categoria afirma não ter tido suas reivindicações ouvidas pelo governo e que os pisos definidos para o serviço não contemplam sua lucratividade.
Freitas também prometeu atender à demanda da categoria em relação a alterações no Ciot (Código Identificador da Operação de Transporte), sistema pelo qual serão armazenadas e enviadas à ANTT (Agência Nacioanl de Transporte Terrestre) informações do transporte, como contratante, contratado, carga e dados financeiros para a geração de contratos eletrônicos.
Segundo Freitas, uma resolução sobre o tema deve sair em até 30 dias, quando problemas que foram identificados a respeito dele terão sido sanados. 


Filipe Oliveira e Paula Soprana, Folha de São Paulo