O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou neste sábado, 27, que, se a reforma da Previdência for desidratada para uma economia fiscal de R$ 800 bilhões em 10 anos, ante uma estimativa inicial do governo federal de R$ 1,2 trilhão, o impacto nas contas públicas seguirá "substantivo" para a União, os Estados e os municípios.
"A reforma (com uma economia fiscal de R$ 800 bilhões em 10 anos) sendo aprovada em julho, a partir de agosto as comportas de investimentos nacionais e internacionais serão abertas e o benefício é geral, para todos os Estados", disse o governador paulista.
A referência aos R$ 800 bilhões foi feita dias depois de o presidente Jair Bolsonaro ter dito em café da manhã com jornalistas que esse seria o valor mínimo aceitável pelo governo federal. O ministro da Economia, Paulo Guedes, tem falado em um piso de R$ 1 trilhão.
A declaração de Doria foi dada em coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes, durante intervalo de encontro promovido por ele com governadores e vice-governadores dos Estados que compõem as regiões Sul e Sudeste do Brasil.
Além de Dória, o encontro teve a presença dos governadores de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), e de Santa Catarina, Carlos Moisés (PSL). Os Estados do Rio de Janeiro e do Paraná foram representados pelos vice-governadores Cláudio Castro (PSC) e Darsi Piana (PSD), respectivamente.
Governadores do Sul e Sudeste se opõem à retirada dos Estados da reforma da Previdência
Os governadores de Estados que compõem as regiões Sul e Sudeste do Brasil distribuíram à imprensa, no intervalo do encontro, uma carta de apoio à reforma da Previdência do governo Jair Bolsonaro, que também prevê mudanças para os Estados e municípios. No documento e na coletiva de imprensa, ressaltaram que são contra a retirada dos Estados e municípios da reforma.
Os governadores também fizeram questão de ressaltar que, além da reforma da Previdência, também é importante aprovar no Congresso o plano do governo federal de socorro aos Estados, conhecido como Plano Mansueto.
"Todos os governadores do Sul e do Sudeste estabeleceram claramente, na reunião de hoje, forte oposição a qualquer tentativa de excluir Estados e municípios da reforma da Previdência", disse o governador de São Paulo, João Doria (PSDB).
Eles disseram também que estão contribuindo na articulação política pela aprovação da reforma, para que as demandas dos Estados sejam atendidas. "Estamos mobilizados junto às bancadas para que isso aconteça", afirmou o governador gaúcho. "É um trabalho de corpo a corpo, de encontrar, de ligar", disse governador mineiro.
"É imperativo combater o déficit fiscal, recuperar a confiança de investidores, nacionais e internacionais, ingressar na fase de crescimento contínuo, gerando empregos e oportunidades aos brasileiros", informa o documento.
"Os Estados precisam de dinheiro novo para fazer investimentos em infraestrutura", disse o governador de Santa Catarina. Para os governadores, é fundamental que o plano de ajuda aos Estados caminhe no Congresso simultaneamente à reforma da Previdência. "Nós, Estados, não podemos colocar todas as nossas esperanças só na reforma da Previdência", afirmou o governador capixaba.
André Ítalo Rocha, O Estado de S.Paulo