segunda-feira, 29 de abril de 2019

Bolsonaro afirma que nenhum imposto será criado



O presidente da República, Jair Bolsonaro, afirmou em um vídeo na sua conta no Twitter que foi surpreendido com declaração do secretário da Receita Federal, Marcos Cintra, sobre a criação de um tributo para igrejas. Em entrevista à Folha de S.Paulo, Cintra disse que pretende substituir a tributação da folha de pagamento por um imposto sobre transações financeiras que atingiria todos, até igrejas.

Jair Bolsonaro
Governo Bolsonaro prepara reforma tributária que prevê trocar até cinco 
tributos federais por uma única cobrança.  
Foto: Dida Sampaio/Estadão - 25/4/2019

"Fui surpreendido nessa manhã com a declaração do nosso secretário da Receita que seria criado um novo imposto para as igrejas. Quero me dirigir a todos vocês que essa informação não procede", disse Bolsonaro. "Em nosso governo nenhum novo imposto será criado, em especial para as igrejas, que, além de ter um excelente trabalho social prestado a toda comunidade, reclamam eles, em parte com razão, em meu entendimento, que há uma tributação nessa área", completou o presidente.
Como antecipou o Estado, o governo prepara uma reforma tributária que prevê trocar até cinco tributos federais por uma única cobrança. A proposta também vai acabar com a contribuição ao INSS que as empresas pagam atualmente sobre a folha de pagamentos. Em substituição, duas opções estão à mesa: a criação de um imposto sobre todos os meios de pagamento – cheques, cartões de crédito e até mesmo dinheiro vivo – ou um aumento adicional na alíquota do imposto único.
Bolsonaro chegou na manhã desta segunda-feira, 29, a Ribeirão Preto (SP), onde participa da abertura da Agrishow, principal feira do agronegócio do hemisfério sul. Os organizadores esperam movimentar perto de R$ 3 bilhões em negócios na 26.ª edição do evento, com alta de 10% sobre 2018. A feira terá exibição de 800 marcas e deve receber 150 mil visitantes até sexta-feira.
O presidente retorna à tarde para Brasília e a agenda prevê encontros com o ministro da Economia, Paulo Guedes, às 15 horas, e com o próprio Marcos Cintra, às 16 horas. 



Gustavo Porto, O Estado de S.Paulo