O presidente da Comissão Especial da Previdência na Câmara, Marcelo Ramos (PR-AM), gostaria de contar com a presença (e a verve) de Paulo Guedes logo na largada dos trabalhados do colegiado. O deputado tem certeza de que o ministro, único a defender a reforma com plena convicção e total coragem no primeiro escalão federal até agora, ajudará na luta contra a retórica da oposição de que nem o próprio governo Bolsonaro acredita na proposta de mexer nas aposentadorias. Na CCJ, opositores deitaram e rolaram quando a discórdia imperou.
Pode vir. Ramos deve se encontrar com Rodrigo Maia (DEM-RJ), com o relator Samuel Moreira (PSDB-SP) e com técnicos que o auxiliarão no colegiado na terça-feira. No mesmo dia, pretende ligar para o ministério para combinar uma data da visita de Guedes.
Maracujina. O temperamento mercurial de Guedes, apontado por muitos como o mais preparado ministro, é o único fator de risco da operação. Mas o sentimento é de que ele está mais “cascudo” para enfrentar provocações.
Maracujina 2. Para Ramos, será sem tchutchuca e tigrões. Esses episódios, na opinião dele, são evitáveis. “Criaremos um ambiente de disputa política dura, mas sadia e respeitosa.”
Termômetro. Na largada dos trabalhados, a expectativa dos governistas da Comissão Especial é de que a proposta navegue em águas agitadas, mas siga seu curso rumo ao plenário, se o governo conseguir manter o Centrão em paz.
Cadê?. Até o final do trâmite, porém, avaliam os governistas, o Planalto terá de sentar na mesa para “conversar”. Um presidente de partido lembra que já se passaram três semanas desde que ele deixou o palácio com a promessa de criação de um conselho e de reuniões quinzenais.
Alberto Bombig, O Estado de São Paulo