A possibilidade de Lula obter o benefício de uma prisão mais branda neste ano reacendeu um alerta na caserna. Militares de alta patente temem que, com liberdade para articular e receber visitas, o ex-presidente invista na criação de um novo “poste” para futuras eleições. O receio aumenta conforme os núcleos de poder da gestão Jair Bolsonaro se digladiam e a avaliação do governo dá sinais de estar em viés de baixa. Por isso, a ordem entre os militares é evitar disputas estéreis e se lembrar sempre de quem é o inimigo comum: a esquerda e o PT.
Posicionado. Com a escolha de Samuel Moreira para relatar a reforma da Previdência, João Doria será o fiador da negociação do relator diretamente com Jair Bolsonaro e Paulo Guedes.
Na cara do gol. É na relatoria que moram os detalhes, as vírgulas do texto, as dificuldades de mérito na negociação. Parlamentares do Centrão apostam que o PSDB aproveitará para enfraquecer suas lideranças.
No mesmo time. A deferência de Rodrigo Maia a Doria não é à toa. Quando o presidente da Câmara ainda estava em campanha, o governador foi ao Rio Grande do Sul, um dia antes de embarcar para Davos, acompanhá-lo em conversa com Eduardo Leite e deputados.
Questão… O MDB apresenta hoje sua posição sobre a reforma da Previdência. Mudanças nos benefícios a idosos e a pessoas com deficiência e na aposentadoria rural são pontos que o partido rejeita.
Fechada. Capitalização e alternação na aposentadoria dos servidores são reconhecidos pelo MDB como importantes, mas que devem ser calibrados.
Na fila. Felipe Francischini (PSL-PR), presidente da CCJ, levará aos coordenadores de bancada três temas prioritários para fechar uma agenda: reforma tributária, PEC da prisão após segunda instância e um PL das terras indígenas.
Instagram. De um experiente deputado sobre os novatos da Câmara: a partir de agora, é hora de parar de tirar selfies e trabalhar.
Mesa redonda. O governador Renan Filho (MDB-AL) atacou de comentarista esportivo ao comentar a derrota do CSA no Brasileiro: “Tem de jogar fechado e ter jogadores rápidos para atuar em contra-ataque. De peito aberto, de igual pra igual, é complicado”.
Mais vagas. Desde o início do ano, o Departamento Penitenciário Nacional, vinculado ao Ministério da Justiça, criou 2,8 mil vagas no sistema carcerário em SP, MS, PA e SC. Foram investidos R$ 172,4 milhões, sendo R$ 70 milhões do orçamento do Depen.
COM REPORTAGEM DE JULIANA BRAGA E MARIANNA HOLANDA
Alberto Bombig, O Estado de São Paulo