Mandel Ngan/AFP | |
Argumento é de que republicano disseminaria "estatísticas econômicas falsas" |
DA DEUTSCHE WELLE
Em carta aberta divulgada nesta quarta-feira (2), um grupo de 370 economistas —incluindo oito laureados com o Nobel da categoria— pede aos eleitores americanos que rejeitem Donald Trump nas eleições presidenciais no dia 8 de novembro. Segundo eles, o republicano seria "uma escolha perigosa e destrutiva" para os EUA, por "repetir estatísticas econômicas falsas".
"Nós, o grupo abaixo-assinado, representamos uma larga variedade de áreas de especialização e estamos unidos na nossa oposição a Donald Trump; recomendamos que os eleitores escolham um candidato diferente", diz o documento, que rebate algumas das principais afirmações do republicano.
Na carta publicada no "Wall Street Journal", os economistas não recomendam diretamente o voto na candidata democrata Hillary Clinton, que também foi alvo de outro documento semelhante divulgado em setembro, onde 306 economistas criticavam sua plataforma política. Na última segunda-feira (31), outra carta aberta, assinada por 19 vencedores do Nobel de Economia, recomendava o voto em Hillary e pedia apoio à candidata.
INFORMAÇÕES ERRADAS
O documento divulgado nesta quarta-feira inclui as assinaturas de Angus Deaton, Nobel da Economia em 2015, Oliver Hart, um dos vencedores deste ano, e Kenneth Arrow, laureado em 1972. O texto critica Trump por apresentar dados falsos sobre diversos indicadores econômicos, como em relação aos custos da eliminação do déficit orçamental.
"Ele informa erradamente o eleitorado, mina a confiança nas instituições públicas com teorias da conspiração e promove ilusões propositadas sobre a realidade", afirma o manifesto dos economistas, segundo o qual Trump engana o público "usando a imigração" para fugir de temas de relevância econômica.
Trump, segundo eles, mentiu ao afirmar que os EUA possuem uma das mais pesadas cargas tributárias em todo o mundo. "Suas declarações revelam uma profunda ignorância e inabilidade para ouvir especialistas confiáveis", afirma o documento.
Ao contrário da prática habitual, de pedir apoio a um candidato a ou a uma política econômica a cada quatro anos, a carta de 2016 se concentra em refutar através de argumentos técnicos as afirmações do republicano.
"Eu normalmente não entro na política, mas decidi assinar esta carta porque penso que a destruição que as táticas da campanha de Trump fizeram às instituições desta nação é um grande tema moral", afirmou ao "Wall Street Journal" o economista da Universidade de Yale e Nobel da Economia em 2013, Robert Shiller. "Isto não é sobre republicanos contra democratas, não é uma declaração política normal, é um sentimento de indignação contra um demagogo", afirmou.