Candidata abraça presidente após discurso na convenção democrata.
Ex-prefeito Michael Bloomberg chama Trump de trapaceiro.
O penúltimo dia da convenção do Partido Democrata, nos Estados Unidos, teve a participação do presidente Barack Obama, num discurso enfático de apoio a Hillary Clinton. Desde segunda-feira (25), a convenção teve o efeito de atenuar muito as divergências internas do partido.
Muito popular no país, o atual vice-presidente, Joe Biden, disse conhecer Hillary Clinton a fundo: "Todo mundo sabe que ela é inteligente e firme, mas eu sei que ela também é apaixonada pelas causas que defende."
Sobre o republicano Donald Trump, Biden perguntou: "Como alguém sente prazer em dizer: você está demitido?"
O vice-presidente não foi o único a comparar a experiência de Hillary com o que os democratas chamam de despreparo de Trump.
"Sou de Nova York, conheço um trapaceiro de longe", ironizou o ex-prefeito Michael Bloomberg.
Bilionário, Bloomberg já foi democrata e republicano. Hoje não pertence a partido algum, mas conclamou: "Votem em Hillary, por amor ao país."
O agora candidato a vice-presidente, o ex-governador da Virgínia Tim Kaine, fez um discurso sobre inclusão e em diversos momentos falou em espanhol.
Kaine foi missionário em Honduras e ressaltou que os valores americanos são os mesmos que os do povo latino.
Para o presidente Barack Obama, último a discursar, foi o começo da despedida depois de oito anos no poder.
Obama fez um balanço. Disse que assumiu o país na pior recessão em 80 anos, e que vai entregar o cargo depois da criação de 15 milhões de empregos.
Ele lembrou que a morte do terrorista Osama bin Laden foi durante o governo dele.
O discurso também foi uma peça clara de campanha para Hillary Clinton. Depois de ressaltar a experiência dela como secretária de Estado, o presidente disse que nunca existiu uma mulher ou um homem - nem ele nem Bill Clinton - mais qualificado do que Hillary para concorrer à presidência dos Estados Unidos.
“O nosso país é grande e forte. E eu prometo a vocês que a nossa força, a nossa grandeza não dependem de Donald Trump”, ele disse. “Na verdade, não dependem de uma só pessoa. E esse é o sentido da nossa democracia.”
Obama disse que jamais um muro será capaz de conter o sonho americano: "Nós não tememos o futuro. Nós o moldamos, o abraçamos como um só povo. Somos mais fortes juntos do que sozinhos."
Ao fim, uma surpresa que fez a plateia vibrar: o abraço apertado de Hillary e Obama.
Nesta quinta (28), Hillary Clinton sairá da convenção com um desafio e uma vantagem. O desafio é que Hillary não se encaixa na imagem padrão de candidatos americanos. Não está mais com 40 e poucos anos, como John Kennedy, Bill Clinton, Barack Obama quando se elegeram. Hillary é uma avó. Focada, cuidadosa com o que diz, simpática, mas sem grande carisma.
Por outro lado, a vantagem é que ela não se deixa vencer. Se manteve firme no escândalo provocado pelo marido, que teve um caso com uma estagiária. E também quando perdeu a indicação democrata para Barack Obama em 2008.
Hillary sonha em ser presidente desde a faculdade. Nunca desistiu. Nunca acreditou que uma mulher fosse menos capaz do que um homem.
Se conseguir transmitir essa convicção às americanas - e elas são mais de 50% do eleitorado -, Hillary vai ter uma vantagem sólida no resto da corrida para a Casa Branca.
Por outro lado, a vantagem é que ela não se deixa vencer. Se manteve firme no escândalo provocado pelo marido, que teve um caso com uma estagiária. E também quando perdeu a indicação democrata para Barack Obama em 2008.
Hillary sonha em ser presidente desde a faculdade. Nunca desistiu. Nunca acreditou que uma mulher fosse menos capaz do que um homem.
Se conseguir transmitir essa convicção às americanas - e elas são mais de 50% do eleitorado -, Hillary vai ter uma vantagem sólida no resto da corrida para a Casa Branca.