sexta-feira, 1 de julho de 2016

Doleiro ligado a Eduardo Cunha é alvo de nova fase da Lava Jato. E Lula, o chefe da quadrilha, quando ser[a preso?

Thiago Bronzatto e Laryssa Borges - O Globo


Lúcio Bolonha Funaro, corretor, presta depoimento na CPI Mista dos Correios, em 2006
Lúcio Bolonha Funaro, corretor, presta depoimento na CPI Mista dos Correios, em 2006(Dida Sampaio/AE/VEJA)


A Polícia Federal realiza neste momento operação e cumpre diligências contra a JBS e contra o operador Lúcio Bolonha Funaro. Também é alvo da operação de hoje, autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o lobista Milton Myra, apontado por delatores da Operação Lava Jato como facilitador de negócios espúrios em partidos junto a empresas públicas e bancos como a Caixa, o BNDES e o Banco do Brasil.
As investigações e o cumprimento de mandados desta sexta-feira estão relacionados com a recente delação premiada do ex-vice-presidente de Loterias da Caixa Econômica Federal Fábio Cleto, aliado do presidente afastada da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Cleto foi exonerado do cargo da Caixa no fim de dezembro do ano passado, logo depois de Cunha ter autorizado a abertura do processo de impeachment contra a presidente afastada Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados. Na época, a decisão de Dilma foi vista como um "troco" ao seu desafeto.
Quando Cleto fazia parte dos Comitê de Investimentos do Fundo de Investimentos do FGTS (FI-FGTS), a fabricante de celulose Eldorado Brasil, um dos projetos mais ambiciosos da holding J&F, controlada pela família Batista, recebeu polpudos repasses do FI-FGTS. Na mira da Operação Lava Jato desde que Fábio Cleto fechou acordo de delação premiada, o FI-FGTS registrou pela primeira vez no ano passado prejuízo no resultado anual. A queda foi de 900 milhões de reais no patrimônio líquido do fundo que usa recursos dos trabalhadores para aplicar em projetos de infraestrutura. O patrimônio do FI-FGTS é largamente ligado a empresas investigadas no petrolão: boa parte de seus recursos foram aplicadas em companhias como a Odebrecht Transport e a Odebrecht Ambiental, a OAS Óleo e Gás e a CCR, concessionária de rodovias da Andrade Gutierrez e da Camargo Correa.
Em sua delação premiada, Cleto apontou o nome do deputado Eduardo Cunha como destinatário de 1% dos quase 1 bilhão de reais aprovado pelo FI-FGTS à empresa Eldorado. O ex-vice da Caixa também já havia confirmado que Eduardo Cunha cobrou 52 milhões de reais em propina para viabilizar recursos para o projeto do Porto Maravilha, no Rio.