Na largada, Padilha tinha: Geraldo Alckmin como adversário, o governo Dilma como aliado, um PT superanimado, a promessa de uma megacoligação, uma foto ao lado do Maluf por tirar, um padrinho chamado Lula e a vida a lhe sorrir. Hoje, a situação de Padilha é a seguinte: precisa verificar, urgentemente, o que foi feito do apoio de Lula. Afora a foto com Maluf, ele pode ser a única coisa que lhe resta.
No momento, Padilha administra uma armadilha, não uma candidatura. Antes de disputar o segundo turno com Alckmin, ele precisa derrotar Paulo Skaff num jogo preliminar com cara de semifinal. Quer dizer: para continuar vivo na partida, Padilha terá de entrar de sola no candidato do PMDB, legenda do aliado federal Michel Temer, o vice de Dilma.
Padilha ainda não mostrou as travas da chuteira para Skaf, mas já começa a dizer que, antes dos 20 anos de PSDB, São Paulo teve de aturar duas administrações do PMDB: a de Orestes Quércia e a de Luiz Antonio Fleury. O problema é que logo, logo a cúpula do PT pode ser levada a obrigar Padilha a conduzir na coleira suas opiniões sobre Skaf e o PMDB.
Por quê? O PT adoraria derrotar o PSDB na sua principal cidadela. Mas a prioridade da legenda é reeleger Dilma. Com a popularidade em declínio em São Paulo, a presidente precisa de um palanque sólido para se escorar. E Padilha não é, por ora, senão um outro nome para a inconsistência. O candidato já tentou de tudo para se mostrar viável. Mas tudo ainda não quis nada com ele.