sábado, 28 de junho de 2014

Com o cinismo habitual do lulismo, Dilma diz que governo não faz superávit às custas da Petrobras

SIMONE IGLESIAS E CATARINA ALENCASTRO - O Globo

Presidente rebate críticas e afirma que ‘superávit primário se faz com R$ 15 bilhões e não com R$ 2 bilhões’


Durante convenção do PCdoB, no fim da tarde desta sexta-feira, a presidente Dilma contestou críticas de que seu governo faz superávit primário às custas da Petrobras. Na quarta-feira, foi anunciado que a União contratará a Petrobras diretamente para produzir de 10 bilhões a 14 bilhões de barris de petróleo no excedente da cessão onerosa feita pela União em 2010, sob o regime de partilha, no pré-sal. A estatal pagará R$ 2 bilhões em bônus de assinatura da Petrobras pelo direito de explorar o óleo excedente na camada do pré-sal, previsto para entrar no último trimestre deste ano.

— Quando vocês virem no jornal que estamos fazendo superávit primário, superávit primário se faz com R$ 15 bilhões e não com R$ 2 bilhões, R$ 2 bilhões não dão nem para o gasto — disse.

A presidente afirmou que nas gestões petistas, a Petrobras passou a usar conteúdo nacional, contratando plataformas no país. Segundo ela, a decisão de a estatal ter sido contratada para licitar os campos de Búzios, Florim, no entorno do campo de Iara, e Nordeste de Tupi, trará uma riqueza inimaginável e extraordinária para o Brasil.

— Tornamos irreversível o papel estratégico da Petrobras, que passa a ser muito valiosa. Nunca mais a Petrobras, ‘bras‘ de Brasil, será transformada em 'Petrobrax'. Transferir essa riqueza para o exterior não fazia sentido — afirmou.

A presidente rebateu críticas de que a estatal aumentou seu endividamento, afirmando que petrolíferas não podem trabalhar só com esse tipo de dado.

— Quando você faz uma obra dessas, num primeiro momento, aumenta insignificantemente a sua dívida. Ninguém pode fazer política em nenhuma empresa de petróleo olhando o depois de amanhã, porque elas são medidas pela quantidade de reservas que têm. Essas vozes vão se perder no mar, na imensidão do mar do pré-sal.

O objetivo do contrato com a Petrobras é antecipar receitas e a produção nessas áreas. Os recursos do bônus de assinatura vão reforçar o caixa do Tesouro e o superávit primário em um ano que a área econômica enfrenta dificuldades para fechar as contas. Além disso, o contrato prevê antecipação de um volume excedente em óleo estimado em R$ 13 bilhões até 2018, o que poderá resultar em receitas de R$ 15 bilhões para a União em cinco anos.