
Bruno Rosa, O Globo
A União recebeu cerca de R$ 100 milhões da Petrobras com a venda de cerca de 500 mil barris de petróleo que foram produzidos sob o regime de partilha no campo de Mero (Libra), no pré-sal da Bacia de Santos. Por esse modelo, o consórcio (Petrobras, Shell, Total e as chinesas CNPC e CNOOC) que opera a área repassa parte da produção para o governo.
O leilão foi feito pela estatal Pré-Sal Petróleo, responsável pela gestão dos contratos de produção de petróleo sob o regime de partilha. A expectativa é que um novo leilão de outros 500 mil barris de petróleo, também produzidos em Mero, seja feito no próximo mês.
A expectativa é que até dezembro sejam vendidos 2 milhões de barris de petróleo - quase o patamar de produção diária hoje no país. Ibsen Flores, presidente da Pré-Sal Petróleo, informou que no primeiro leilão participaram cerca de oito empresas que já atuam no Brasil.
- A Petrobras venceu o leilão pois ofereceu a melhor proposta. Essa operação de venda de óleo da União é o primeiro resultado concreto do modelo de partilha no Brasil. Os recursos arrecadados serão destinados ao Fundo Social e às áreas de educação básica e saúde - disse Flores.
Segundo ele, esse primeiro leilão contou com propostas fechadas. Ele destacou que só a partir do segundo semestre deste ano é que o leilão será feito de forma aberta, com o objetivo de dar mais transparência ao processo.
- Nesta primeira venda a carga foi oferecida, em um processo competitivo, para empresas do setor que tivessem a capacidade logística necessária. A Petrobras apresentou a melhor oferta de preço e foi declarada vencedora. No segundo semestre, esse processo vai mudar.
Para o segundo semestre, a expectativa é de que seja iniciada também a comercialização de petróleo dos campos de Sapinhoá e Lula, ambos no pré-sal da Bacia de Santos. Assim, a União planeja arrecadar R$ 1 bilhão com as operações geridas pela Pré-Sal Petróleo, disse a companhia. No caso de Sapinhoá, haverá uma conciliação financeira a ser feita no Campo de Sapinhoá, com base nas receitas acumuladas da parcela da União, desde o início das atividades da área, descontada a parcela relativa aos custos incorridos na exploração e na implantação deste projeto de produção.
Criada há quatro anos, a Pré-Sal Petróleo é responsável pela gestão de todos os sete contratos de partilha vigentes no Brasil. Há ainda a expectativa de incorporação de até cinco novos contratos a partir de áreas que serão ofertadas na 4ª Rodada de Partilha de Produção, prevista ocorrer em junho de 2018.