quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

"Valor de contratos de bens e serviços com governo federal cai 44%", segundo Maria Cristina Frias

Folha de São Paulo


O governo contratou cerca de 44% menos em compras de bens e serviços em 2017 que no ano anterior, segundo o Ministério do Planejamento.
A queda se explica, em parte, por grandes negócios que foram fechados no ano retrasado, como um de viaturas blindadas e outro de energia que, sozinhos, representaram 22% dos valores daquele ano.
O governo tem 13 mil fornecedores, mas poucos fazem contratos com somas altas. Metade do valor do ano passado ficou com 34 empresas.
Vender para o governo é um processo complexo que exige especialização, diz Roy Martelanc, da USP. "Instrumentos como o pregão eletrônico facilitam o acesso, mas ainda assim é difícil, e há judicialização de resultados."
Itens com representatividade importante, como serviços de correio, hemoderivados ou remédios não têm muitos fornecedores por questões de monopólio de estatais ou patentes, diz Cibele Franzese, professora da FGV.
"Aumentar o número de ofertantes é importante para o governo, mas o principal critério é o menor preço."
Outros fatores que também influenciam as compras governamentais são desburocratização dos processos, porte da empresa e até mesmo certificados de práticas sustentáveis por parte dos fornecedores, ela diz.
Os contratos não implicam necessariamente um gasto. Em administração pública, eles são uma forma de fixar preços para bens ou serviços para quando a entidade pública realmente demandar.
Crédito:APROVADO, ASSINADO, CARIMBADOTotal contratado e maiores fornecedores do governo federal, em R$ bilhões - Mercado Aberto

Escola em obras
A ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing) vai investir R$ 30 milhões em reformas de seus campi e na adoção de um sistema digital de gestão em 2018.
Do montante, R$ 17 milhões são destinados à obra na rua Joaquim Távora, zona sul de São Paulo, que terminará em maio.
"O edifício, de 12 andares, foi construído há 20 anos e passa por um retrofit completo", afirma Dalton Pastore, presidente da faculdade.
O prédio vai sediar as aulas dos cursos de graduação e pós-graduação com foco tecnológico da instituição
A sede da escola, em São Paulo, e a unidade em Porto Alegre receberão aportes de cerca de R$ 7 milhões para melhoria da infraestrutura.
Já a implantação do sistema, iniciada em 2017, demanda R$ 16 milhões, dos quais pelo menos R$ 5 milhões ainda serão aplicados.
R$ 354 MILHÕES
foi o faturamento em 2017
15 MIL
é o número de alunos
Crédito: Rafael Hupsel/FolhapressDalton Pastore, presidente da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), sentado em um banco em frente a uma parede vermelha
Dalton Pastore, presidente da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing)

Grupo GPS compra empresa de refeições coletivas
O grupo de serviços terceirizados GPS comprou 60% de participação da LC Restaurantes, fornecedora de refeições coletivas para empresas.
A companhia começou a buscar compradores no ano passado para buscar novos contratos em regiões do país onde ainda não atuam, segundo o presidente da LC, Vinicius de Luca.
Um dos objetivos é negociar com a base de quase 2.000 clientes do GPS, diz ele.
"Estamos muito concentrados em São Paulo, no sul de Minas e temos uma unidade em Macaé (RJ). Só atendíamos outras regiões ocasionalmente, a partir da nossa matriz paulista", diz ele.
"Nosso crescimento será ramificado a partir das [operações] regionais do grupo. Eles têm uma presença forte no Centro-Oeste, no Sul, no Nordeste e no Rio de Janeiro."
Para o GPS, a principal vantagem será acrescentar mais um serviço ao portfólio, que já inclui áreas como segurança, limpeza e manutenção, mas que não possuía um ramo de alimentação.
A marca LC Restaurantes continuará a existir, e a gestão será mantida.

Raio-X

R$ 3 BILHÕES
é o faturamento estimado do conglomerado GPS
R$ 250 MILHÕES
foi a receita da empresa de alimentação corporativa
52 MIL
eram os funcionários do grupo antes da aquisição
3.000
eram os da LC Restaurantes

Viagem de terno
O mercado de turismo de negócios cresceu 6,6% em 2017, segundo a Abracorp (associação do setor).
O montante de R$ 11,4 bilhões movimentado consiste nas vendas por companhias aéreas, hotéis e outros serviços para clientes corporativos.
A maior parte disso vem das empresas de aviação, que registraram alta de 15,1%. "É um mercado que representa 71% do nosso setor", diz o diretor-executivo, Gervasio Tanabe.

Coworking para as maiores
A maior demanda de empresas grandes por escritórios flexíveis acelerou o crescimento da ocupação em espaços de coworking, afirma Giancarlo Nicastro, CEO da plataforma de dados Siila.
A área absorvida nesses empreendimentos em São Paulo no ano passado foi de 42,9 mil m², 8% do total contratado em lajes.
"Houve uma migração forte, nos últimos 12 meses, de empresas com escritórios de mais de mil m² que optaram por um local onde sua estrutura se molde à demanda, com menor risco imobiliário", diz Tiago Alves, CEO da Regus.
Na WeWork, cerca de 50% das vendas feitas em 2017 foram para companhias com mais de mil funcionários, afirma o diretor Lucas Mendes.
A companhia tem hoje seis operações no Brasil e inaugura a sétima nesta quinta (1º), no Rio. "Até o fim deste ano serão pelo menos 10", diz ele.